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"Um erro terrível": Hungria se opõe à adesão da Ucrânia à UE em véspera de cúpula do bloco

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, reafirmou nesta quarta-feira (13) a sua firme oposição à abertura das negociações para a adesão da Ucrânia à União Europeia (EU). “Um erro terrível”, disse ele, destacando uma postura que nem a previsão de liberação de recursos europeus para o seu país deve influenciar. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu e disse esperar uma reunião construtiva com a Hungria.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (e), conversa com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban (d), durante a posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, no Congresso em Buenos Aires. Em 10 de dezembro de 2023.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (e), conversa com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban (d), durante a posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, no Congresso em Buenos Aires. Em 10 de dezembro de 2023. AFP - ALEJANDRO PAGNI
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“Em assuntos de elevada importância política, nunca mudamos de ideia com base no apoio financeiro recebido ou não”, afirmou Viktor Orban, numa entrevista ao jornal pró-governo Mandiner. O líder nacionalista falava sobre o descongelamento de cerca de € 10 bilhões que foram bloqueados devido a acusações de violação do Estado de direito por parte da Hungria.

Orban ainda ameaçou bloquear decisões importantes para a Ucrânia que estão na agenda de uma cúpula europeia marcada para esta quinta e sexta-feiras (14 e 15). Na pauta, estão a abertura das negociações de adesão à UE e a aprovação de uma ajuda europeia de € 50 bilhões, sob a forma de doações e empréstimos para Kiev.

“A UE está prestes a cometer um erro e devemos evitá-lo, mesmo que os outros 26 membros tenham uma opinião diferente”, insistiu Orban. “Se quisermos apoiar a Ucrânia, vamos fazê-lo, mas não através da adesão”, acrescentou o premiê, defendendo “uma parceria estratégica” com Kiev. “Estou pronto para concluir acordos financeiros sobre questões financeiras”, acrescentou o húngaro, sem fazer referência específica à ajuda à Ucrânia.

Desde que voltou ao poder, em 2010, Viktor Orban tem enfrentado Bruxelas em assuntos que vão desde a independência da Justiça até à política de imigração, passando pelos direitos da comunidade LGBT+. Nas últimas semanas, o seu discurso se tornou mais virulento para mobilizar a sua base, antes das eleições europeias de junho de 2024.

Zelensky reage

O primeiro-ministro húngaro “não tem motivos” para bloquear a adesão da Ucrânia à UE, disse Zelensky, nesta quarta-feira, em Oslo. "Pedi a ele que me desse uma razão, não três, cinco ou dez, apenas uma razão. Ainda estou esperando a resposta", continuou Zelensky, em entrevista coletiva na capital norueguesa. "Não há razão para bloquear a adesão da Ucrânia à UE”, reiterou, após uma reunião com os líderes dos países nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia). 

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, os países nórdicos enviaram um total de € 11 bilhões em apoio à Ucrânia. “Agora não é hora de enfraquecer”, afirmaram os cinco líderes numa carta aberta publicada no jornal Financial Times.

O nacionalista húngaro Viktor Orban é o único líder da UE que manteve laços estreitos com o Kremlin, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

(Com informações da AFP)

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