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Europa teme ser palco de uma nova onda de atentados jihadistas

O medo do terrorismo continua a ocupar as capas dos principais jornais franceses nesta quarta-feira (18). A Europa foi palco de dois atentados jihadistas em menos de uma semana, o que deixa o continente em alerta temendo uma nova onda de violências como as vividas na década passada. 

Torcedores suecos, durante a partida de futebol entre Bélgica e Suécia, na segunda-feira (16), aguardam para serem retirados do estádio King Badouin, em Bruxelas, após atentado que visou cidadãos suecos na capital belga.
Torcedores suecos, durante a partida de futebol entre Bélgica e Suécia, na segunda-feira (16), aguardam para serem retirados do estádio King Badouin, em Bruxelas, após atentado que visou cidadãos suecos na capital belga. AFP - JOHN THYS
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"A Europa em alerta" é a manchete do jornal Le Parisien, que lembra que três dias após o assassinato de um professor em Arras, no norte da França, dois cidadãos suecos foram mortos a tiros em Bruxelas, na Bélgica, na segunda-feira (16). "A polícia evoca uma 'atmosfera de jihad' que incita indivíduos radicalizados a entrarem em ação", diz o diário. 

Segundo Le Parisien, a principal ameaça hoje na Europa é o "terrorismo endógeno". "Há três anos, serviços especializados tratam deste problema sem conseguir agir a tempo", afirma a matéria. O diário destaca que a ameaça é protagonizada por "perfis isolados, exteriores aos palcos da guerra jihadista, pessoas às vezes psicologicamente frágeis, frequentemente muito jovens".

Le Parisien salienta que a metade dos indivíduos envolvidos em projetos de atentados na França desde 2021 tem menos de 20 anos. "Mohammed Mougouchkov, que protagonizou o ataque contra a escola Gambetta, em Arras, acabou de completar 20 anos", salienta o diário.

Mesmo tom foi empregado pelo jornal La Croix, que traz como manchete "Terrorismo na Europa: uma ameaça ainda presente". O diário lembra que os dois ataques em menos de uma semana foram perpetrados em nome do grupo Estado Islâmico. "A ameaça jihadista é mais difusa, mas persistente", avalia.

Embora esse perigo seja menos intenso do que no período entre 2015 e 2018, ele permanece "elevado", segundo os serviços antiterrorismo. Apenas na França, desde 2020, 423 estrangeiros radicalizados foram expulsos. Atualmente, a polícia especializada rastreia cerca de 5.200 pessoas com potencial para agir ou que estão em contato com indivíduos que podem perpetrar ataques terroristas, afirma La Croix.

Suécia no alvo do terrorismo

O jornal Libération retrata o clima de "pesadelo" em Bruxelas após o atentado da noite de segunda-feira. Em entrevista ao diário, moradores da capital belga afirmam temer uma nova onda de violências jihadistas. 

O clima na Suécia, no alvo deste ataque, também é abordado pelo diário. Segundo Libération, o autor da morte de dois cidadãos suecos, o tunisiano Abdesalem Lassoued, seguia nas redes sociais contas conspiracionistas que acreditam em sequestros de crianças muçulmanas por serviços sociais da Suécia. Outro motivo que não pode ser ignorado, diz a reportagem, são ataques da extrema direita contra o Alcorão, desde o início deste ano, que atraem a atenção de terroristas islâmicos ao país.

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