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Polícia alemã investiga vandalismo de memorial aos homossexuais vítimas de nazistas

A polícia alemã que abriu uma investigação nesta terça-feira (15) sobre o caso de vandalismo ao monumento “Triângulos Rosa” em memória aos homossexuais perseguidos pelos nazistas, localizado em Berlim, não muito longe do memorial do Holocausto que relembra o massacre dos judeus e o monumento em homenagem aos ciganos, também vítimas do Terceiro Reich.

Bandeira do movimento LGBTQIAP+.
Bandeira do movimento LGBTQIAP+. © Sergei Supinsky / AFP
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O memorial “Triângulos Rosa”, que retrata dois homens se beijando, foi alvo de uma tentativa de incêndio e acabou vandalizado com cartazes homofóbicos, na noite de sábado (12). O suspeito teria arremessado um objeto em chamas na direção do monumento, que não pegou fogo, segundo um comunicado de imprensa divulgado pela Federação de Gays e Lésbicas de Berlim.

Além disso, este mesmo suspeito afixou cartazes no memorial nos quais foi escrito um versículo do Antigo Testamento que sugere a pena de morte para "um homem que faz amor com outro homem", acrescentou a polícia.

"Esta passagem da Bíblia é muitas vezes usada de forma abusiva contra os homossexuais", observa a Federação de gays e lésbicas de Berlim, em seu comunicado de imprensa.

O monumento já foi alvo de tentativas de vandalismo anteriormente. O ato mais recente foi em 2019, no qual o memorial foi pichado em tinta preta com a frase: “Um simples beijo poderia te causar problemas”.

Monumento em homenagem às vítimas do Holocausto, em Berlim.
Monumento em homenagem às vítimas do Holocausto, em Berlim. AP - Markus Schreiber

 

A história dos "Triângulos Rosa"

O monumento "Triângulos Rosa" foi inaugurado em maio de 2008 por Klaus Wowerit, primeiro prefeito abertamente homossexual da cidade

Durante a era nazista, mais de 50.000 pessoas foram condenadas devido a sua orientação sexual, em um artigo do código penal revogado apenas em 1969 - a homossexualidade foi totalmente descriminalizada na Alemanha somente a partir de 1994.

Segundo estimativas, entre 5.000 e 15.000 homossexuais foram deportados para campos de concentração, onde não foram assassinados imediatamente, mas onde a grande maioria deles, forçados a usar um triângulo rosa que os colocava na base da hierarquia dos campos, morriam em decorrência de exaustão e maus tratos.

Outro ato de vandalismo

Durante a noite de sexta-feira para sábado (12), outro suspeito também teria ateado fogo a uma caixa de livros sobre o nacional-socialismo, parte de um monumento berlinense dedicado aos judeus deportados pelos nazistas, a "Rota 17", localizada na estação de Grünewald, a oeste da capital alemã.

(Com AFP)

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