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Rússia acusa Ucrânia de novos ataques na região anexada da Crimeia, que Kiev prometeu retomar

As autoridades pró-Rússia instaladas na Crimeia, região ucraniana anexada por Moscou em 2014, acusaram a Ucrânia neste sábado (22) de ter explodido um depósito de munições com drones. A população local teve de ser retirada às pressas e o tráfego ferroviário na península foi temporariamente suspenso.

Ponte Kerch, a única ligação entre a Crimeia e a Rússia, foi construída entre 2016 e 2019, depois que a região ucraniana foi anexada por Moscou. (17/07/2023)
Ponte Kerch, a única ligação entre a Crimeia e a Rússia, foi construída entre 2016 e 2019, depois que a região ucraniana foi anexada por Moscou. (17/07/2023) REUTERS - ALEXEY PAVLISHAK
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"Após um ataque de drones inimigos no distrito de Krasnogvardeisky, houve uma explosão em um depósito de munição", disse Sergei Aksionov, governador da Crimeia escolhido por Moscou. "Foi tomada a decisão de evacuar as pessoas que vivem num raio de cinco quilômetros. Para minimizar os riscos, decidiu-se também parar a circulação ferroviária", acrescentou.

Askionov não especificou o local afetado, limitando-se a mencionar o distrito de Krasnogvardeïski, localizado no interior, no centro desta península do Mar Negro. O transporte ferroviário foi interrompido na península "para minimizar os riscos", segundo ele.

Mais tarde, as autoridades esclareceram que dois trens que viajavam de Moscou para Simferopol, a principal cidade da Crimeia, e outro na direção oposta foram parados.

Ponte sob tensão

Este novo ataque surge poucos dias depois de um ataque contra a ponte de Kerch, a única estrutura que liga a Crimeia à Rússia e que é utilizada para transportar equipamento para os soldados russos na frente ucraniana. No início de junho, Kiev lançou uma contra-ofensiva para retomar os territórios perdidos para Moscou, alegando que pretendia recuperar a Crimeia, anexada do seu território durante o primeiro conflito entre os dois países, há quase 10 anos.

Falando por videoconferência ao Fórum de Segurança de Aspen na sexta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky disse que a ponte Kerch – construída, segundo ele, em violação do direito internacional – deveria ser "neutralizada".

Os ataques ucranianos, raramente reivindicados, cresceram nas últimas semanas na península. Durante a noite do último domingo (16) para segunda-feira, um ataque ucraniano danificou a ponte da Crimeia, já atingida em bombardeios em outubro de 2022.

Danos consideráveis ​​​​foram causados ​​​​pelo uso de drones navais na seção rodoviária da estrutura e dois civis que passavam foram mortos. O presidente russo Vladimir Putin prometeu imediatamente "uma resposta" de seu Exército, também pedindo "melhoria da segurança" do trabalho.

Neste sábado, o governador da região russa de Belgorod, fronteira com a Ucrânia e regularmente alvo de ataques, acusou Kiev de ter bombardeado o vilarejo de Juravlevka no dia anterior. "Vinte e um disparos de artilharia e três munições cluster de um lançador de foguetes múltiplos foram disparados [pelo Exército ucraniano] ", disse Vyacheslav Gladkov.

Jornalista russo é morto

O Exército russo, por sua vez, anunciou que um jornalista da agência de notícias russa Ria Novosti, Rotislav Juravlev, foi morto em um bombardeio ucraniano na região de Zaporíjia, no sul da Ucrânia. "Unidades das forças armadas ucranianas lançaram um ataque de artilharia contra um grupo de jornalistas", "ferindo mais ou menos gravemente quatro", informou.

"Durante a evacuação, Rostislav Jouravlev (...) morreu devido aos ferimentos após uma explosão de submunições", acrescentou a nota do Exército.

O estado de saúde dos outros três jornalistas feridos é "estável", segundo o texto, que indicou que "eles foram rapidamente evacuados para as instalações médicas" do Ministério da Defesa russo.

Segundo Ria Novosti, "o bombardeio ocorreu perto da aldeia de Pyatikhatky". O governador regional empossado por Moscou, Yevgeny Balitsky, também confirmou a morte do jornalista no Telegram, expressando "(suas) mais profundas condolências à família e amigos".

Com informações da AFP

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