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Milhares protestam em Paris contra regime iraniano, com presença de Mike Pence

Vindos dos quatro cantos da Europa, milhares de membros de um movimento de oposição iraniana manifestaram-se neste sábado (1°) no centro de Paris contra o regime de Teerã. O ex-vice-presidente americano Mike Pence, entre outras personalidades ocidentais, estava presente.

Maryam Rajavi, líder do Conselho de Resistência Nacional do Irã, disse que "a ditadura religiosa está à beira do colapso". (Foto de 24/01/2018)
Maryam Rajavi, líder do Conselho de Resistência Nacional do Irã, disse que "a ditadura religiosa está à beira do colapso". (Foto de 24/01/2018) AP - Jean-Francois Badias
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Dezenas de ônibus, principalmente da Alemanha, Polônia e países escandinavos, levaram manifestantes à França para o protesto organizado pelo Conselho de Resistência Nacional do Irã (CNRI) – uma das principais organizações de oposição fora da república islâmica.

"Estou aqui para ser a voz do povo iraniano, para que o povo seja ouvido", disse Massoumeh Raouf, ex-jornalista iraniana e presa política, que diz ter escapado da prisão em 1982 e chegado à França em 1985, onde obteve asilo político. "Não queremos nem o regime dos mulás, nem o regime do xá. Os iranianos não querem voltar para trás. Estamos caminhando pela democracia.”

Muitos manifestantes agitavam a bandeira do CNRI, nas cores do país e com um leão erguendo uma espada ao centro, em vez dos dizeres em árabe louvando a Alá que apareceram na bandeira tricolor iraniana depois da revolução islâmica, em 1980.

Os organizadores afirmaram ter reunido dezenas de milhares de pessoas, mas segundo a polícia de Paris, a manifestação contou com 3,5 mil participantes. A manifestação visava chamar a atenção para a repressão dos protestos no Irã após a morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini, presa por violar o código de vestimenta rígido imposto às mulheres no Irã.

'Queda inevitável'

"Não há sentido em proteger Khamenei [o líder supremo iraniano] de sua queda inevitável. Como a ditadura do xá, a ditadura religiosa está à beira do colapso", disse a presidente do CNRI, Maryam Rajavi, em um discurso transmitido ao vivo para os manifestantes.

"A conciliação com o regime dos mulás pode levar a mais derramamento de sangue entre nosso povo e nossa resistência, aumentar a lista de execuções e encher mais prisões", acrescentou Rajavi.

Também nesta tarde, a People's Mojahedin Organization of Iran (PMOI ou MEK),  organização considerada "terrorista" por Teerã, realizava uma reunião ao norte de Paris, em Auvers-sur-Oise, da qual participaram o ex-vice-presidente americano Mike Pence, a ex-primeira-ministra britânica Liz Truss e o ex-secretário de Estado americano Mike Pompeo, todos conservadores.

"O regime iraniano nunca esteve mais fraco do que hoje. Sua única preocupação é manter seu controle precário do poder, que está enfraquecendo a cada dia", declarou Mike Pence.

"Nenhum regime opressor pode durar para sempre. Como o mundo livre deve apoiar a Ucrânia, a América apoiará o povo iraniano contra a tirania", salientou o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, enquanto muitas bandeiras ucranianas também eram visíveis na multidão em Paris.

Mais sanções

"Toda a abordagem da comunidade internacional em relação ao regime iraniano atualmente gira em torno de um acordo nuclear. Mas, enquanto isso, cerca de mil jovens foram executados no país entre 2002 e 2023", observou o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, presente no protesto.

O agora eurodeputado pediu o “reforço das sanções” contra Teerã, alegando que apenas 216 dos executivos do país são alvo de represálias. "Nós, o mundo livre, não fizemos o suficiente. Houve muito apaziguamento", afirmou Liz Truss.

"É muito importante mostrar que estejamos aqui, em um país democrático, e que continuemos a resistir", disse Yegame Samini, um estudante iraniano de 30 anos que mora na Noruega há 12.

"Se a juventude do Irã assistir aos vídeos daqui, eles verão isso como um sinal de apoio", concordou Asal Rezapour, um estudante luxemburguês de origem iraniana. “Estamos no exterior, onde poderíamos viver a nossa vida. Mas, no fundo, estamos sempre com eles”, garantiu.

Com informações da AFP

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