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Um em cada três adultos na União Europeia não pratica esportes o suficiente, apontam OCDE e OMS

Essa é uma tendência que foi agravada pela pandemia de Covid-19 e que agora desperta a atenção das autoridades de saúde na União Europeia. Mais de um em cada três adultos do bloco não pratica esportes o suficiente, o que tem efeitos nefastos para a vida dessas pessoas, sublinha um relatório divulgado nesta sexta-feira (17) pela OCDE e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Passar longas horas sentado em frente à televisão ou ao computador é sinal de grave sedentarismo, alertam especialistas.
Passar longas horas sentado em frente à televisão ou ao computador é sinal de grave sedentarismo, alertam especialistas. Getty images/Daniel Grill
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De acordo com os dados da pesquisa, em 2016, 35,4% dos adultos nos 27 Estados-membros da UE eram pouco ativos, levando em conta os critérios da OMS, que recomenda 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana.

No entanto, quase metade (45%) dos adultos investigados nunca se exercitam ou praticam esportes, de acordo com o relatório da OMS e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Os pesquisadores também encontraram baixos níveis de atividade física entre os adolescentes, especialmente entre as meninas: apenas 9,6% delas relataram cumprir a recomendação da OMS de realizar pelo menos uma hora de exercício por dia, enquanto 17,6% dos meninos mantém uma atividade física de moderada a vigorosa por dia.

E a situação do sedentarismo não melhora com a idade: apenas um quarto dos adultos com mais de 55 anos pratica algum esporte ou exercício pelo menos uma vez por semana.

As mulheres também são menos ativas do que os homens. A diferença entre os sexos é evidente entre os 15 e os 24 anos: 73% dos homens praticam esportes ou exercício físico pelo menos uma vez por semana, contra 58% das mulheres.

Diferenças por classe social

A condição socioeconômica também influencia nos resultados: apenas 24% das pessoas que se consideram da classe trabalhadora afirmam praticar atividade física pelo menos uma vez por semana, frente a 51% das pessoas que se consideram de classe social mais abastada.

A pandemia de Covid-19 agravou ainda mais essa situação: se os confinamentos obrigaram alguns adultos a praticar mais esporte, para a maioria aconteceu o contrário. Mais de metade dos europeus reduziu as atividades e apenas 7% planejam fazer mais atividade física assim que a pandemia terminar completamente, aponta o estudo.

Esporte é vida

O aumento dos níveis de atividade física pode ter múltiplos benefícios para os países analisados. Em primeiro lugar, teria um impacto considerável na saúde geral da população e nas despesas com tratamentos de saúde. Em segundo lugar, as políticas para melhorar os níveis de atividade física podem apoiar a recuperação da Covid-19, criando um ambiente mais saudável e resiliente, melhorando a saúde mental e a conexão social.

Enquanto revela dados preocupantes, o estudo também explica como o aumento da atividade física para os níveis recomendados poderia evitar milhares de mortes na União Europeia e economizar bilhões em gastos com saúde.

Se todos respeitassem os níveis de atividade recomendados pela OMS, mais de 10.000 mortes prematuras de pessoas entre 30 e 70 anos poderiam ser evitadas a cada ano. A expectativa de vida aumentaria em 7,5 meses para pessoas insuficientemente ativas.

Aumentar a atividade física para os níveis mínimos recomendados pela OMS também preveniria 11,5 milhões de novos casos de doenças não transmissíveis (DNTs) até 2050 na UE. Mais especificamente, poderiam ser evitados 3,8 milhões de casos de doenças cardiovasculares, 3,5 milhões de casos de depressão, quase um milhão de casos de diabetes tipo 2 e mais de 400.000 casos de vários tipos de câncer.

O relatório também calcula os potenciais benefícios econômicos do aumento da atividade física. Alemanha, Itália e França são hoje os países da UE onde a falta de atividade física pesa mais nas despesas com saúde. Os Estados-membros da União Europeia ainda poupariam 0,6% do seu orçamento de saúde, sublinha o relatório.

Por fim, com base em estudos de caso em toda a União Europeia, o relatório apresenta políticas para aumentar a atividade física. Ele destaca o amplo espectro de opções de políticas disponíveis, desde aquelas específicas para um ambiente ou grupo-alvo, como intervenções em escolas, locais de trabalho ou estabelecimentos de saúde, até aquelas destinadas a melhorar o acesso a instalações esportivas ou incentivar o transporte ativo e atividades ao ar livre.

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