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Greta Thunberg é detida após protesto contra mina de carvão na Alemanha

A militante ecologista sueca Greta Thunberg foi detida juntamente com outros manifestantes, nesta terça-feira (17), durante um protesto contra a expansão de uma mina de carvão no oeste da Alemanha, informou a polícia local.

Greta Thunberg é detida por policiais na Alemanha.
Greta Thunberg é detida por policiais na Alemanha. AFP - FEDERICO GAMBARINI
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No momento da detenção, Greta estava sentada ao lado de outros ativistas fora da mina de carvão a céu aberto Garzweiler 2, que fica a menos de 10 km de Lützerath. A militante, que já completou 20 anos, chegou na sexta-feira à localidade alemã para participar de uma grande manifestação ocorrida no sábado (14), que terminou com confrontos entre os militantes e policiais. 

Segundo uma porta-voz da polícia de Lützerath, o grupo foi detido porque havia se movido "em direção à beira da mina".

"Usaremos a força para levá-la para um controle de identidade, portanto, faça o favor de cooperar", disse um policial ao grupo, de acordo com imagens filmadas pela Reuters. Todos foram declarados sob custódia da polícia. Porém, de acordo com um jornalista da Reuters que filmou a detenção, Greta embarcou sozinha em um furgão da polícia, escoltada pelos agentes.

"Uma vez terminado o controle, decidiremos o que fazer com essas pessoas", acrescentou uma fonte policial.

No sábado (14), uma grande manifestação organizada pelos ativistas e encabeçada por Greta terminou em confrontos entre a polícia e manifestantes que protestavam contra a ampliação desta mina de carvão. O protesto reuniu entre 15 e 35 mil militantes, conforme contagens da polícia e dos organizadores, respectivamente. Setenta agentes ficaram feridos nos confrontos e 150 pessoas foram detidas para investigação por causa dos distúrbios.

O coletivo Lützerath lebt! (Lützerath vive!) indicou que “dezenas” de participantes se feriram, alguns gravemente, devido aos ataques de cães da polícia e jatos de água. O conflito começou depois que centenas de militantes tentaram entrar em áreas restritas da mina, informaram as forças de segurança.

Os arredores do complexo são ocupados há dias pelos ativistas contrários às obras de expansão da mina de lignito a céu aberto, entre Düsseldorf e Colônia. Desde quarta-feira passada, os policiais tinham ordem de desmantelar os acampamentos dos manifestantes.

Governo alemão é criticado

O primeiro-ministro social-democrata Olaf Scholz, que governa ao lado dos Verdes, avalia que a ampliação na mina é necessária para aumentar a segurança energética da Alemanha, para compensar a interrupção das entregas de gás russo depois do início da guerra na Ucrânia.

Os opositores, entretanto, alegam que essa razão é menos importante do que o combate às mudanças climáticas – das quais as emissões de CO₂ das energias fósseis, e em especial o carvão, são as principais causadoras. O plano criticado prevê que o trecho localizado na bacia do rio Reno entre Düsseldorf e Colônia seja removido para que seja possível ampliar a mina de lignito, operada pela empresa alemã de energia RWE.

"É uma vergonha que o governo alemão firme acordos e compromissos com empresas como a RWE", declarou Greta no sábado, em meio ao protesto. "O carvão de Lützerath deve permanecer no solo", proclamou, diante dos manifestantes, pedindo para que não se sacrifique o clima às custas do "crescimento a curto prazo e da ganância empresarial".

O movimento foi apoiado por outros protestos em todo o país. Na sexta-feira, ativistas mascarados incendiaram contêineres e pintaram slogans nos escritórios do partido Verde alemão, em Berlim – que eles acusam de “traição” por aceitarem o projeto defendido pelo governo.

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