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Natal da Igreja Ortodoxa Russa é celebrado em meio a confrontos na Ucrânia, apesar de cessar-fogo

O presidente russo Vladimir Putin participou sozinho de um serviço religioso celebrado em uma igreja do Kremlin, à meia-noite de sexta-feira (6), pelo Natal ortodoxo. Apesar do cessar-fogo unilateral de 36 horas anunciado por Moscou, na quinta-feira (5), para permitir aos ortodoxos a celebração do natal, os duelos de artilharia continuam neste sábado (7) nas regiões separatistas do leste da Ucrânia e em outras áreas do país.

O presidente russo, Vladimir Putin, acompanhou a celebração do Natal ortodoxo na Catedral da Anunciação, originalmente projetada como uma igreja para os czares.
O presidente russo, Vladimir Putin, acompanhou a celebração do Natal ortodoxo na Catedral da Anunciação, originalmente projetada como uma igreja para os czares. AFP - MIKHAIL KLIMENTYEV
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O presidente russo acompanhou a celebração na Catedral da Anunciação, originalmente projetada como uma igreja para os czares. Nos anos anteriores, Vladimir Putin costumava frequentar serviços religiosos do Natal ortodoxo nas províncias russas ou nos arredores de Moscou.

A Igreja Ortodoxa Russa celebra o Natal neste 7 de janeiro. Em mensagem divulgada pelo Kremlin, o presidente russo enviou suas felicitações aos cristãos ortodoxos, dizendo que este dia inspira "boas ações e aspirações". Ele também disse que orou pela Igreja Ortodoxa, cujo influente líder, o Patriarca Kirill, apoiou totalmente a ofensiva das Forças Armadas russas na Ucrânia, em fevereiro.

O Patriarca pediu aos crentes que apoiem os "irmãos" pró-Rússia durante a ofensiva no leste da Ucrânia. Desde o ano passado, ele vem pronunciando sermões nos quais dá a sua bênção às tropas russas e castiga as autoridades ucranianas.

A trégua temporária entrou em vigor ao meio dia da sexta-feira, pelo horário de Moscou. O Exército russo afirma respeitar o cessar-fogo, mas acusa as tropas ucranianas de “continuarem a bombardear cidades e posições russas”.

A pausa foi um apelo do líder da igreja ortodoxa de Moscou e de toda a Rússia. Mas a população ucraniana não esquece do apoio do patriarca russo à invasão, ocorrida no dia 24 de fevereiro.

Em Kiev, resistência e descrença

Na praça Maidan, na capital Kiev, símbolo da resistência ucraniana, centenas de bandeiras lembram os mortos da guerra. E por lá ninguém acredita na trégua. “Putin quer bancar o ‘grande estrategista’, mas está perdido. Ele quer usar esta data para avançar em seus objetivos”, diz Serhii, originário de Dnipro. “Fomos bombardeados em 25 de dezembro e no Ano-Novo. Não tivemos trégua. Putin não é bonzinho. Então não teremos trégua. É um blefe”, completa este ucraniano.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de "usar o Natal como disfarce" para impedir o avanço das forças ucranianas no Donbass. As autoridades ucranianas qualificam o anúncio de um cessar-fogo de "hipocrisia" e apelam às tropas russas para deixarem "os territórios ocupados".

Nova ajuda americana

Enquanto isso, os Estados Unidos prometeram nova ajuda militar de US$ 3 bilhões aos ucranianos, o que inclui o fornecimento de veículos blindados de infantaria, veículos de transporte de pessoal e armamento, revelou a Casa Branca. O "pacote" de ajuda também contempla mísseis de precisão Himars e mísseis antiaéreos Sea Sparrow.

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