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Guerra na Ucrânia: economistas pedem mais vigilância sobre dinheiro de oligarcas russos

Um grupo de economistas renomados quer aumentar a pressão sobre a Rússia para forçar a interrupção da ofensiva na Ucrânia. Entre eles, estão os franceses Gabriel Zucman, Thomas Piketty, autor do best seller "O Capital no Século XXI",  e o americano ganhador do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz. Nesta terça-feira (19), eles escreveram para os líderes do G20 pedindo-lhes para fazer algo a respeito do dinheiro escondido dos oligarcas russos, que já são alvo de sanções internacionais.

Empresários russos, como Roman Abramovich, presidente do clube de futebol Chelsea, está na mira de um grupo de economistas que propõe um registro global de ativos financeiros. REUTERS - Andrew Winning
Empresários russos, como Roman Abramovich, presidente do clube de futebol Chelsea, está na mira de um grupo de economistas que propõe um registro global de ativos financeiros. REUTERS - Andrew Winning REUTERS - Andrew Winning
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O alerta foi feito na véspera da reunião desta quarta-feira (20) do G20 das Finanças, que reúne os países mais ricos do mundo. Entre os nomes citados estão empresários russos como Roman Abramovich, presidente do clube inglês de futebol Chelsea, e Igor Setchin, presidente da petrolífera Rosneft. Ambos são próximos do presidente russo Vladimir Putin.

De acordo com esses economistas, membros do grupo de reflexão Comissão Independente para a Reforma da Tributação de Negócios Internacionais (ICRICT), os empresários citados têm “pelo menos US$ 1 trilhão em riquezas no exterior”. Esses oligarcas tentam evitar sanções recorrendo, por exemplo, a Dubai e à discrição oferecida por esse Emirado Árabe quanto à origem de recursos financeiros.

Oligarcas e membros da alta sociedade russa já investiam em apartamentos de luxo em Dubai. Porém, agora, muitos procuram se instalar no país com bagagens, negócios e família – o destino está em voga por quem busca fugir das crescentes sanções financeiras europeias. Os oligarcas russos também convertem o seu dinheiro em criptomoedas.

Registro Global de Ativos

Para dificultar o caminho para fraudes, os economistas do ICRICT propõem a criação de um registro mundial dos ativos dessas grandes fortunas. O objetivo: identificar não os seus donos legais, que podem ser apenas nomes de fachada, mas os verdadeiros beneficiários, ou seja, os reais proprietários.

Os economistas também sugerem a criação de uma rede global que conecte todos os registros nacionais de ativos. Ou seja, toda a riqueza que um indivíduo possui, sua natureza e o local onde se encontra. De contas bancárias a imóveis, incluindo obras de arte e criptoativos.

“Ainda há muito a fazer para reformar um sistema financeiro internacional falido que atualmente é tendencioso em favor dos ricos campeões da evasão fiscal”, concluem os economistas.

(Com informações da AFP)

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