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Morte de milhões de peixes por falta de oxigênio comove Espanha

Milhares de pessoas fizeram uma corrente humana em torno do mar Menor, uma lagoa salgada no sudeste da Espanha, em sinal de luto pelos milhões de peixes que morreram no local devido à poluição. Os dejetos agrícolas levaram a um fenômeno que reduziu a oxigenação da água ao ponto de asfixiar os peixes, de acordo com organizadores da manifestação e governantes da região.

Os dejetos agrícolas levaram a um fenômeno que reduziu a oxigenação da água ao ponto de asfixiar os peixes no mar Menor, de acordo com organizadores da manifestação e governantes da região.
Os dejetos agrícolas levaram a um fenômeno que reduziu a oxigenação da água ao ponto de asfixiar os peixes no mar Menor, de acordo com organizadores da manifestação e governantes da região. REUTERS - STRINGER
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Os organizadores avaliam que 70 mil pessoas participaram do ato neste sábado e se deram as mãos, alinhando-se por centenas de metros. Participaram moradores e turistas frequentadores da praia de Alcazares, que se estende por seis quilômetros nas bordas da laguna, de 73 quilômetros de comprimento. As imagens das toneladas de peixes mortos ou agonizando, tentando respirar, chocam a opinião pública espanhola há quase duas semanas.

“É uma manifestação de luto pela morte dos animais. Queríamos que as pessoas pedissem, de uma maneira ou de outra, perdão pela barbárie que nós causamos”, disse à AFP o militante Jesus Cutillo. “Há dias, assistimos a morte de milhões e milhões de peixes e ver essas mortes inúteis nos machuca.”

Muitos manifestantes estavam de preto e traziam cartazes dizendo “SOS Mar Menor”. O objetivo do ato era “mostrar a nossa determinação para que isso nunca mais se repita”, explicou Cutillo.

'Politicians you let the Mar Menor die' proclaims a banner on the beach
'Politicians you let the Mar Menor die' proclaims a banner on the beach Jose Miguel FERNANDEZ AFP

Proliferação de algas

Cientistas indica que a principal causa da falta de oxigênio é chegada na lagoa de centenas de toneladas de nitratos utilizados como fertilizante pela agricultura intensiva, que favorecem à aparição de algas que asfixiam o ecossistema aquático. O fenômeno chama-se eutrofização.

Na segunda-feira (23), sétimo dia do desastre ecológico, governantes da região informaram que de 4,5 a 6 toneladas de peixes já haviam sido recuperados. Neste sábado, a quantidade foi atualizada para 15 toneladas.

“As 15 toneladas de peixes mortos ou de biomassa mostram que é uma verdadeira catástrofe ambiental e uma emergência. Precisamos de ajuda imediata para o ecossistema e para os setores afetados. E que ajam, já que têm os especialistas e os meios”, declarou a prefeita da cidade vizinha Cartagena, Noelia Arroyo. 

Pedro García, diretor da Associação de Naturistas do Sudeste (ANSE), destacou, por sua vez, que "certamente, nas 15 toneladas haverá 2 ou 3 de vegetação morta". "Mas não temos nenhuma forma de confirmar quantas", afirmou.

Com uma superfície de 135 km2, o mar Menor é uma das maiores lagoas litorais hipersalinas do Mediterrâneo, separada deste mar por uma faixa de areia de 22 quilômetros, com profundidade máxima de 7 metros

A ministra do Meio Ambiente, a socialista Teresa Ribera, esteve no local na quarta-feira (25). Ela acusou o governo regional, dos conservadores do Partido Popular, de tolerar práticas agrícolas ilegais nos campos de Cartagena, imensa área de cultivo intensivo. Organizações de agricultores, por sua vez, asseguram que respeitam a legislação ambiental em vigor.

Com informações da AFP

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