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Morre jornalista investigativo holandês baleado ao sair de estúdio de TV

Os holandeses lamentam nesta quinta-feira (15) a morte do jornalista investigativo Peter R. De Vries, que passou uma semana entre a vida e a morte após ter sido baleado em Amsterdã. Segundo comunicado da família, ele morreu em decorrência dos ferimentos sofridos no ataque em frente aos estúdios de televisão onde trabalhava.

Peter R. De Vries ganhou grande reputação como repórter policial.
Peter R. De Vries ganhou grande reputação como repórter policial. Remko de Waal ANP/AFP/File
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No dia do ataque, testemunhas ouviram cinco tiros. Um deles atingiu a cabeça do jornalista. Dois suspeitos compareceram aos tribunais holandeses na sexta-feira (9). O juiz responsável pelo caso prorrogou a prisão preventiva dos dois homens por duas semanas. Eles foram identificados como Kamil E., um polonês de 35 anos residente em Maurik (centro do país), e Delano G., um morador de Roterdã, de 21 anos.

De Vries, de 64 anos, foi criado em uma família religiosa de Amstelveen, nos subúrbios de Haia. O apresentador era um sólido defensor da Justiça e ganhou uma grande reputação como repórter policial no jornal popular De Telegraaf. Ele se tornou famoso pelas reportagens que fez sobre o sequestro do 'barão da cerveja', Freddy Heineken, na década de 1980, uma notícia que rodou o mundo todo.

O caso foi contado em um livro, baseado em entrevistas com os dois sequestradores, e que se tornou um 'best-seller' na Holanda. Em 1994, ele se encontrou, no Paraguai, com um terceiro sequestrador, Frans Meijer, extraditado para a Holanda, em 2002.

O célebre jornalista se dedicou depois à televisão, na qual conduziu o seu próprio programa voltado para a investigação de crimes, chamado "Peter R. de Vries, Repórter do Crime".

Seu trabalho promoveu a libertação, em 2002, de dois homens que foram condenados pelo estupro e assassinato de uma aeromoça. No final, a polícia prendeu um novo suspeito, em 2008, que foi condenado a 15 anos de prisão.

Herói nacional  

De Vries ganhou fama internacional em 2008, quando foi premiado com um Emmy (o Oscar da televisão) pela reportagem sobre o desaparecimento da americana Natalee Holloway, em Aruba.

Após o ataque do qual foi vítima, a prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, descreveu Peter de Vries como um "herói nacional", um "jornalista corajoso", "incansável na busca pela justiça, totalmente independente e com um espírito livre".

De Vries comparecia frequentemente como testemunha nos tribunais, consequência de sua experiência em vários casos. De acordo com observadores, esse papel fez dele um alvo do mundo do crime.

Desde o ano passado, o jornalista atuava como conselheiro e confidente da principal testemunha de acusação no caso contra Riduan Taghi, considerado, antes de sua prisão, em 2019, em Dubai, como o criminoso mais procurado na Holanda. De acordo com o Ministério Público holandês, Taghi liderava uma rede comparável a uma máquina de matar.

(Com informações da AFP)

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