Acessar o conteúdo principal

Mario Draghi, ex-chefe do Banco Central Europeu, aceita formar novo governo na Itália

O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), o economista Mario Draghi, recebeu nesta quarta-feira (3) a missão de formar um novo governo na Itália. Ao aceitar a missão, ele pediu "unidade" para que o país consiga enfrentar um "momento difícil".

Mario Draghi vai tentar formar um novo governo na Itália
Mario Draghi vai tentar formar um novo governo na Itália AP - Alessandra Tarantino
Publicidade

Com informações da AFP e de Anne Le Nir, correspondente da RFI em Roma

Draghi, que "se reservou o direito de aceitar", anunciou que iniciará consultas com todos os partidos para examinar se pode contar com uma maioria estável no Parlamento para substituir o governo liderado pelo atual primeiro-ministro Giuseppe Conte, que renunciou na semana passada.

Aos 73 anos, o discreto economista ficou conhecido como o homem que salvou a Zona do Euro em 2012, quando dirigia o Banco Central do bloco. Agora, Draghi enfrenta o desafio de formar um governo em seu próprio país, após o fracasso das negociações pelas graves divergências entre os partidos da coalizão de governo liderada por Conte.

"Este é um momento difícil. O presidente (Sergio Mattarella) recordou a dramática crise de saúde, com os graves efeitos para a vida das pessoas, a economia e a sociedade", declarou à imprensa, depois de receber oficialmente o pedido para formar o governo. "Confio na unidade dos partidos políticos e grupos parlamentares", completou.

A imprensa italiana é otimista e ressalta a determinação de Draghi, o que lhe ajudaria a tirar o país do impasse político. Sua nomeação também foi recebida com entusiasmo pelo mercado financeiro. A Bolsa de Milão operava em alta de 3% no meio do dia.

"Apóstolo das elites"

Mas Draghi terá que convencer todos os grandes partidos do país a aceitar sua proposta de governo. Obter o apoio do Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema) será muito difícil depois que um de seus dirigentes, o senador Vito Crimi, anunciou sua rejeição a um governo liderado por um "tecnocrata", que alguns setores do movimento passaram a rotular de "apóstolo das elites".

O economista espera ter mais chances como o Partido Democrático (PD) de centro-esquerda e também os pequenos grupos de centro-direita. Por enquanto, o líder do PD, Nicola Zingaretti, garantiu que está "aberto ao diálogo pelo bem do país". A 'Forza Italia', partido de direita moderada de Silvio Berlusconi, também pode ser um apoio importante.

Draghi espera reviver a economia em dificuldades da Itália graças a um gigantesco plano de mais de € 200 bilhões (R$ 1,2 trilhões) financiado pela União Europeia. A pandemia de Covid-19, que já custou a vida a quase 89.000 pessoas no país, causou uma queda no Produto Interno Bruto de 8,9% em 2020, uma das piores quedas na Zona do Euro.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.