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"Não é tempo para sentirmos pena de nós mesmos", diz Papa Francisco em homilia de Natal

Em meio à pandemia de Covid-19, que já matou 1,7 milhão de pessoas em todo o planeta, as celebrações de Natal foram atípicas na noite desta quinta-feira (24). No Vaticano, o Papa Francisco celebrou uma missa na gigantesca Basílica de São Pedro na presença de menos de 200 fiéis, que usavam máscaras de proteção.

Papa Francisco celebra a Missa de Natal para poucos fiéis na Basílica de São Pedro.
Papa Francisco celebra a Missa de Natal para poucos fiéis na Basílica de São Pedro. via REUTERS - VATICAN MEDIA
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Se antes da epidemia milhares de fiéis e turistas disputavam ingressos para assistir à missa papal, este ano um pequeno grupo teve esse privilégio. A maioria dos presentes eram funcionários do Estado do Vaticano que puderam ouvir o Papa, líder religioso de 1,3 bilhão de católicos do mundo.

O horário da celebração foi antecipado em duas horas para respeitar o toque de recolher em vigor na Itália, que começa às 22h. A missa de Natal começou às 19h30 (horário local), 15h30 (horário de Brasília). O evento comemora, na tradição cristã, o nascimento de Jesus de Nazaré, em Belém.

Iluminada por sua monumental árvore de Natal, a Praça São Pedro ficou deserta. Os italianos passam o feriado de Natal sob rígidas restrições para conter a propagação do coronavírus, no país mais afetado da Europa, onde a Covid-19 deixou quase 71 mil mortos e mais de 2 milhões de pessoas infectadas, desde o início da pandemia.

Em sua homilia, o Papa Francisco destacou que o nascimento de uma criança nos lembra que não devemos desperdiçar nosso tempo "chorando pelo nosso destino, mas consolando as lágrimas dos que sofrem", servindo "os pobres".

"O tempo que temos não é para sentirmos pena de nós mesmos", declarou o Papa argentino. "Falamos muito, mas muitas vezes somos analfabetos quanto à bondade", acrescentou. "Insaciáveis de possuir, nos lançamos em tantos presépios de vaidade, esquecendo o presépio de Belém", concluiu.

Procissão em Belém

O ambiente também não era o mesmo em Belém, onde não se viu nenhum ônibus de turistas estrangeiros entrando na cidade, nenhum grande grupo de peregrinos, nem a tradicional multidão que costumava se aglomerar na Praça da Manjedoura. Os locais ficaram praticamente vazios por causa do toque de recolher noturno e das restrições para tentar controlar a pandemia de coronavírus.

Sob um céu nublado, poucas pessoas acompanharam a procissão de Natal nas ruas de Belém, evento que normalmente atrai milhares de peregrinos. Pouco mais de cem pessoas, que portavam máscaras e guarda-chuvas, assistiram ao desfile portando bandeiras palestinas e do Vaticano.

"Apesar do medo e da frustração, superaremos esta prova, porque Jesus nasceu em Belém", declarou o patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa.

"Este ano é diferente porque não viemos para rezar na Basílica da Natividade, nem conseguimos reunir a família. Todos estão com medo", declarou Jani Shaheen, que acompanhava, ao lado do marido e dos dois filhos, a movimentação diante da basílica construída onde teria nascido Jesus Cristo.

Devido à pandemia, a noite de 24 de dezembro não teve missa com público e nem a presença de dirigentes palestinos. Apenas uma cerimônia de Natal com a presença do clero foi transmitida pela televisão.

Apesar das circunstâncias, a mensagem transmitida na homilia da meia-noite pelo patriarca latino de Jerusalém foi de paz, amor, vida e esperança, acima de tudo. Ele enfatizou a necessidade de mudança no estilo de vida atual e de passar o Natal focando no essencial.

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