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"Se reinventar": Líderes europeus divulgam vídeo para celebrar o Dia da Europa e superar a crise do coronavírus

Os 27 chefes de Estado e de Governo e os líderes das três instituições da União Europeia (UE) apelaram neste sábado à solidariedade para que o bloco saia mais forte da crise do coronavírus, em um vídeo publicado no Twitter por ocasião do Dia da Europa, festejado em 9 de maio. Esta data comemorativa corresponde a uma declaração feita em 1950 pelo então chanceler francês Robert Schuman, que é considerada o embrião da União Europeia.

Robert Schuman assina os documentos que oficializaram a Ceca, em 18 de abril de 1951, em Paris.
Robert Schuman assina os documentos que oficializaram a Ceca, em 18 de abril de 1951, em Paris. Intercontinentale/AFP/Archivos
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O vídeo, de seis minutos, reúne os dirigentes em uma mensagem que pretende passar otimismo, em um dia sem comemorações devido à pandemia. "Nosso objetivo é que a Europa saia mais forte da pandemia e da crise da Covid-19", afirma a chanceler alemã, Angela Merkel, cujo país estará na presidência rotatória do bloco a partir de julho.

"Neste momento de crise de saúde e dor, penso na Europa como nossa casa comum, nosso lar, nosso refúgio", afirmou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, no vídeo.

"Nos atrevermos a reinventar, a nos unir, a pensar e agir olhando para o futuro. Precisamos deste espírito europeu no momento", enfatizou o presidente francês, Emmanuel Macron.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, aproveita o vídeo para pedir "aos governos e às instituições que sejam corajosos e ambiciosos". "É a única maneira de recuperar a confiança de nossos cidadãos", completou.

Em um comunicado publicado na quinta-feira (7), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu que a solidariedade do bloco "foi colocada à prova no início da crise" "Mas depois começamos a compartilhar e nos ajudarmos: uma solidariedade de fato. E esta solidariedade deve continuar", disse.

A resposta europeia à crise sanitária e econômica provocada pelo novo coronavírus, e o confinamento decretado para conter a pandemia, continuam sendo organizados. Ursula von der Leyen apresentará até o fim do mês um plano de relance para o bloco.

Linha de crédito

Os ministros da zona do euro aprovaram na sexta-feira (8) a Linha de Crédito de Apoio à Crise Pandêmica no valor total de € 240 bilhões para ajudar os países europeus a dar conta dos gastos da luta contra a pandemia. Os empréstimos, que poderão ser solicitados por cada país da zona da moeda única, terão maturidade de dez anos e custos de financiamento marginalmente acima de zero. O montante só poderá cobrir no máximo 2% do PIB de cada país membro. O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) dirigirá o plano, que representa o primeiro passo conjunto para erguer uma economia que deverá ter uma contração de 7,7% do PIB em 2020.

A Comissão Europeia elabora mais dois programas de apoio à economia, um deles do Banco Europeu de Investimento para facilitar injeções de liquidez às pequenas e médias empresas do bloco, e o programa Sure, de proteção do emprego. Ambos devem estar operacionais a partir de 1° de junho.

Declaração de chanceler francês em 1950 é considerada embrião da União Europeia

O Dia da Europa, em 9 de maio, é marcado pela abertura das instituições europeias ao público, uma iniciativa inviável neste ano devido à pandemia.

Foi no dia 9 de maio de 1950, portanto há 70 anos, que o então ministro francês das Relações Exteriores Robert Schuman fez uma declaração propondo a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), com o objetivo de instituir um mercado comum desses produtos entre seus membros fundadores. A Ceca reunia França, República Federal da Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. A entidade foi a primeira de uma série de instituições europeias supranacionais que deram origem à atual União Europeia.

Em 1950, cinco anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, as nações europeias continuavam trabalhando duro para reconstruir o continente devastado pelo conflito. Os governos europeus, determinados a evitar que se repetisse uma guerra tão terrível, chegaram à conclusão de que a colocação em comum da produção de carvão e de aço iria tornar a guerra entre a França e Alemanha, países historicamente rivais, "não só impensável mas materialmente impossível", como diz a declaração Schuman.

Setenta anos mais tarde, esta iniciativa não só se mostrou acertada, como hoje o bloco recorda o 25º aniversário da entrada da Áustria, Finlândia e Suécia na União Europeia.

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