Eurodeputados rejeitam indicações de Romênia e Hungria para nova Comissão Europeia

Uma comissão do Parlamento Europeu rejeitou, nesta segunda-feira (30), os candidatos indicados pelos governos da Romênia e da Hungria para cargos na futura Comissão Europeia, devido a suspeitas de conflito de interesses. A decisão representa um revés para a nova presidente do Executivo europeu, a alemã Ursula von der Leyen, que deve assumir suas funções no dia 1° de novembro.

A romena Rovana Plumb e o húngaro Laszlo Trocsanyi não atendem aos critérios de transparência da União Europeia. REUTERS/François Lenoir

Na quinta-feira (26), os eurodeputados já tinham bloqueado a nomeação da social-democrata romena Rovana Plumb e do húngaro Laszlo Trocsanyi, do partido conservador PPE. Hoje, após uma nova votação, o porta-voz da comissão de Assuntos Jurídicos do Parlamento, Jaume Duch, declarou no Twitter que os dois comissários não estão em condições de assumir suas funções, de acordo com as regras previstas nos tratados e no código de ética do bloco.

A romena, indicada para dirigir a pasta dos Transportes na nova Comissão Europeia, é suspeita de irregularidades em dois empréstimos litigiosos. O húngaro, escolhido pelo primeiro-ministro Viktor Orbán para cuidar das candidaturas de adesão à União Europeia, foi vetado por seus laços com um escritório de advocacia que ele fundou em 1991, antes de se tornar ministro da Justiça de Orbán.

Com o veto, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, deve pedir garantias adicionais à alemã Ursula von der Leyen. Mas é certo que os dois candidatos rejeitados não terão condições de ser sabatinados esta semana pelos eurodeputados, contrariamente aos representantes apresentados pelos demais países do bloco.