Quarenta migrantes morrem asfixiados em porão de barco no mar Mediterrâneo

A marinha italiana anunciou neste sábado (15) ter encontrado cerca de 40 migrantes no porão de um barco que naufragou ao tentar fazer a travessia do mar Mediterrâneo. Segundo o capitão que dirige as operações de resgate, as pessoas teriam morrido sufocadas por fumaça. Na mesma embarcação, mais de 300 migrantes foram resgatados.

Bote inflável com migrantes iranianos chega à ilha de Kos, na Grécia, neste sábado (15). REUTERS/Yannis Behrakis

Em sua conta no Twitter, a marinha italiana informou que ao menos 40 pessoas foram encontradas imersas em água e combustível no porão de um barco que levava centenas de pessoas. Segundo o porta-voz Costantino Fantasia, as circunstâncias da tragédia ainda não foram esclarecidas. A marinha também indicou que centenas de migrantes foi resgatado.

Na semana passada, cerca de duas mil pessoas foram socorridas de embarcações precárias e superlotadas no mar Mediterrâneo. Na última terça-feira (11), cerca de 50 migrantes, a bordo de um bote inflável, morreram em águas líbias tentando chegar à costa italiana.

No total, mais de duas mil pessoas que tentaram atravessar o mar Mediterrâneo a partir da África ou do Oriente Médio morreram desde o início deste ano. O número se aproxima rapidamente ao recorde de mortos na travessia marítima para chegar à Europa em 2014: 3.279, segundo a Organização Internacional para a Migração (OIM).

Comissão Europeia promete ajuda

A correspondente da RFI em Bruxelas, Joana Hostein, informa que a Comissão Europeia se disse pronta a liberar a ajuda financeira prometida para auxiliar os países da União Europeia (UE) a fazer frente à crise dos migrantes. Mas pede também que os Estados membros se mobilizem para ajudar as nações do bloco mais afetadas pela imigração: a Grécia e a Itália. Os dois países, aliás, são os principais beneficiários do financiamento: a Itália vai receber € 558 milhões e a Grécia € 477 milhões.

Segundo o comissário europeu para a Imigração, o grego Dimitris Avramopoulos, a situação de Atenas em relação aos migrantes é "particularmente urgente". "Esse não é um problemas apenas da Grécia, mas um problema europeu. O mundo enfrenta a pior crise dos refugiados depois da Segunda Guerra Mundial e a Europa está na linha de frente", declarou.

Na segunda-feira (10), a Comissão Europeia anunciou o desbloqueio de € 2,4 bilhões até 2020 para ajudar os 19 países da UE a melhorar sua capacidade de recepção de refugiados e a segurança de suas fronteiras. A decisão foi uma resposta direta ao pedido de ajuda lançado há duas semanas pela Grécia e a Itália.