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Alemanha/Estados Unidos

Obama sabia que Merkel era vítima de espionagem, diz imprensa alemã

O presidente americano Barack Obama sabia desde 2010 que a chanceler alemã Angela Merkel estava sendo espionada, de acordo com informações da imprensa alemã publicadas neste domingo. A operação da NSA, a Agência de Segurança Americana responsável pelo monitoramento eletrônico, teria começado em 2002.

A chanceler alemã Angela Merkel em março de 2013
A chanceler alemã Angela Merkel em março de 2013 REUTERS/Fabrizio Bensch
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De acordo com o jornal Bild am Sonntag, Keith Alexander, responsável da NSA, havia informado Barack Obama em 2010 da existência de uma operação que previa o monitoramento dos telefonemas de Merkel.

“Obama não foi contra, pelo contrário, deixou que a NSA mantivesse o programa’’, declarou uma fonte da agência ao jornal.

No sábado, um outro jornal alemão, Frankfurter Allgemeine, indicou que Obama teria assegurado à chanceler, por telefone, que não estava a par da espionagem.

Segundo o Der Spiegel, o presidente americano teria respondido que teria colocado um fim à prática se soubesse do monitoramento.

Procurado pela imprensa, a assessorial do gabinete de Merkel preferiu não fazer comentários sobre esse telefonema.

Casa Branca se justifica

A Casa Branca se justificou dizendo que o governo americano não "grampeia as ligações da chanceler alemã e não o fará no futuro", mas não chegou a desmentir que isso já teria sido feito no passado.

De acordo com o jornal Bild, Obama pediu para ser informado sobre Merkel, que teve um papel decisivo na crise do deficit público na zona do euro e é considerada como a dirigente mais ponderosa da Europa.

O Bild afirma que a NSA grampeou o celular da líder alemã, utilizado para falar com os representantes do seu partido, o CDU, e também seu telefone fixo.

Os especialistas do Serviço de Inteligência americano, além de gravar as ligações, também podiam consultar os SMS enviados diariamente por Merkel a seus colaboradores.

EUA teriam instalado célula de espionagem em Berlim

Os dados, afirma a imprensa alemã, eram transmitidos diretamente à Casa Branca. Uma célula de espionagem havia sido instalada no quarto andar da embaixada dos Estados Unidos em Berlim, próxima da sede do governo alemão.

As práticas teriam tido início na época do governo de George W. Bush, que suspeitava das ligações entre os sociais-democratas alemães e o presidente  russo Vladimir Putin.

As recentes revelações sobre o programa de monitoramento eletrônico da NSA e a espionagem dos países aliados, feitas pelo ex-consultor da CIA Edward Snowden, levaram os líderes europeus a exigir de Washington um novo acordo sobre a coleta de dados e à proteção da privacidad.

Berlim decidiu, por exemplo, dar início a uma ofensiva diplomática e chegou a convocar o embaixador dos EUA para consulta, o que acontece raramente entre aliados.

O Brasil, que também foi alvo dos grampos da agência americana, e a Alemanha, também preparam um texto conjunto sobre o assunto que deverá ser apresentado na ONU.
 

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