Mais de cem mil protestam contra a austeridade em Portugal
Mais de cem mil pessoas manifestaram neste sábado em Lisboa e outras milhares em várias cidades de Portugal para protestar contra a política de austeridade conduzida pelo governo em troca da ajuda financeira da chamada troika, formada pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI).Organizadas via Internet, essas manifestações reuniram portugueses de todas as categorias que exigiam a demissão do governo de centro-direita.
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Os protestos foram realizados sem incidentes com exceção de Aveiro, no norte do país, onde um jovem manifestante de cerca de 20 anos foi hospitalizado com queimaduras depois de ter tentado se imolar pelo fogo. Segundo a televisão pública RTP, os bombeiros afirmaram que o jovem não corre risco de vida.
Em Lisboa, a multidão ocupou a avenida da República e as ruas adjacentes. Os manifestantes passaram diante da sede do FMI, protegida pela polícia. Mesmo assim alguns deles jogaram tomates e garrafas de plástico contra o prédio.
O protesto terminou na praça de Espanha, em sinal de solidariedade com as dezenas de milhares de espanhois que também realizaram uma manifestação neste sábado.
Portugal obteve em maio de 2011 uma ajuda de € 78 bilhões da União Europeia e do FMI. Em troca, o governo aumentou os impostos e reduziu drasticamente as despesas públicas. Essa política fez com que o índice de desemprego ultrapassasse 15% da população ativa e mergulhou o país na mais grave recessão desde os anos 70. O governo agora planeja aumentar de 11% para 18% as deduções sociais dos salários.
Espanha
Dezenas de milhares de espanhois vindos de todos os cantos do país protestaram em Madri contra a política de austeridade do governo, vista como um primeiro passo em direção a uma ajuda financeira exterior.
Um dia depois do anúncio feito pelo governo conservador de Mariano Rajoy de que novas reformas econômicas seriam adotadas até o final do mês, os manifestantes se reuniram na praça Colombo, no centro da capital.
Um a cada quatro espanhois ativos está desempregado. O país passa pela sua segunda recessão em dois anos devido à explosão da bolha imobiliária e da crise das dívidas públicas na zona do euro.
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