Britânicos ainda estão sem primeiro-ministro
Como previsto, o Partido Conservador teve mais votos, mas não conseguiu a maioria absoluta, que garante o cargo de primeiro-ministro ao candidato David Cameron. A constituição determina que o premiê Gordon Brown permanece no poder até que uma aliança seja formada.
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Os britânicos acordaram nessa sexta-feira sem saber quem será o próximo primeiro-ministro do Reino Unido. Apesar das previsões das pesquisas de opinião terem apontado os conservadores como o possíveis vencedores das eleições legislativas, o partido não conseguiu obter a marioria absoluta de 326 parlamentares, que permitiria ao candidato David Cameron se tornar premiê automaticamente.
Para tirar Gordon Brown do governo os conservadores teriam que eleger pelo menos 326 deputados no pleito, mas até a manhã dessa sexta-feira o partido de David Cameron havia obtido apenas 290 cadeiras. Os especialistas acreditam que uma aliança será formada entre o Partido Trabalhista, com 246 cadeiras, e o Partido Liberal Democrata, de Nick Clegg, que apesar das estimativas favoráreis, havia conquistado pela manhã apenas 51 cadeiras. Mas enquanto nenhuma aliança não é formada, o atual premiê Gordon Brown permanece no poder, um fato inédito nos últimos 70 anos da vida política do país. Se os resultados forem confirmados, essa será a primeira vitória eleitoral dos conservadores desde 1992. Já para o Labour, que está no poder há 13 anos, o resultado das urnas já está sendo visto como o pior desde 1992.
A grande surpresa das eleições legistativas foi a entrada de um membro do Partido Verde no Parlamento. Caroline Lucas, representante da região de Brighton, será a primeira deputada ecologista do país.
Após a divulgação dos resultados com um parlamento suspenso e sem chefe de governo definido no Reino Unido, a libra esterlina sofreu uma forte desvalorização nos mercados financeiros. Os analistas prevêem perda de valor da moeda britânica durante o tempo em que essa indefinição perdurar. Um cenário que agrava ainda mais a crise na economia britânica.
Leticia Constant, enviada especial da RFI em Londres
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