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Dor na costela tira Ingrid Oliveira do Aberto de saltos ornamentais, evento-teste para Paris 2024

O Campeonato Internacional de Saltos Ornamentais em Saint-Denis, no norte de Paris, é uma oportunidade para os atletas se ambientarem às novas instalações olímpicas. Nesta sexta-feira (10), o último dia da competição que serve como evento-teste do Comitê Organizador Paris 2024, a brasileira Ingrid Oliveira sentiu dores e desistiu de participar. 

Ingrid de Oliveira veio a Paris para participar de evento-teste no Centro Aquático Olímpico. Em Saint-Denis, em 10 de maio de 2024.
Ingrid de Oliveira veio a Paris para participar de evento-teste no Centro Aquático Olímpico. Em Saint-Denis, em 10 de maio de 2024. © RFI Maria Paula Carvalho
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Maria Paula Carvalho, da RFI 

Poucos minutos antes do horário previsto para o início da competição, Ingrid não se sentiu apta a disputar a prova na plataforma de 10 metros. "Eu resolvi me poupar porque o foco maior são os Jogos Olímpicos", disse ela em entrevista à RFI Brasil. "Eu estava sentindo dores na costela durante os treinos e abri mão dessa competição para estar bem fisicamente nos Jogos", acrescentou. 

A atleta fez questão de tranquilizar a torcida: "acredito que algumas sessões de fisioterapia já vão alinhar a minha costela e não acho que isso seja preocupante", explicou. "Eu consegui treinar alguns dias aqui em Paris e testar a infra-estrutura olímpica", acrescentou. "Não estou sentindo nervosismo, é mais o temor de piorar uma lesão e prejudicar os Jogos", repetiu.  

Na plataforma de 10m, a vencedora foi a japonesa Arai Matsuri, com 333.40 pontos, seguida pela porto-riquenha Maycey Vieta, com 316.90, e a italiana Sarah Jodoin, em terceiro lugar, com 303.90 pontos. 

Aos 28 anos, a carioca Ingrid Oliveira se prepara para a sua terceira olimpíada. Ela já competiu em Tóquio 2020 e no Rio de Janeiro 2016, sem conseguir baixar da décima colocação. “Eu acho que cada Olimpíada foi um aprendizado. Era uma coisa que eu tinha que passar, né? E agora eu estou pronta. Eu acho que com o trabalho que eu venho fazendo desde o Mundial de Budapeste, em 2022, em que eu fiquei em quarto lugar do mundo, eu acho que dá sim para chegar lá”, disse confiante.

Ingrid Oliveira veio à Paris para participar do Aberto da França de saltos ornamentais, entre os dias 7 e 10 de maio, no Centro Aquático de Saint-Denis, no subúrbio oeste de Paris. A atleta acabou não competindo por sentir dores.
Ingrid Oliveira veio à Paris para participar do Aberto da França de saltos ornamentais, entre os dias 7 e 10 de maio, no Centro Aquático de Saint-Denis, no subúrbio oeste de Paris. A atleta acabou não competindo por sentir dores. Gaspar Nóbrega/COB

Top 5

E por que não, sonhar com um lugar no pódio? “Eu acho que todos os atletas sonham com uma medalha olímpica, né? Mas eu conversei com o meu treinador e a gente resolveu brigar da quinta colocação para cima. O nosso objetivo é ficar no top five. Obviamente, eu vou brigar por uma medalha, mas eu acho que se eu sair com o meu dever cumprido, fazer o que eu venho fazendo nos treinos, eu já vou sair super satisfeita”, diz. 

Ingrid começou a carreira na ginástica, aos 9 anos, no clube carioca Fluminense e aos 16 foi convidada a mudar para a equipe de saltos ornamentais. Porém, era preciso antes vencer o medo de altura. “Quando eu era mais nova, eu tinha muito medo de altura, mas eu fui superando isso, né? Tanto é que eu salto da plataforma de 10 metros, mas tem alguns saltos que a gente fica um pouco mais insegura, outros não”, confessa. “Então, é só estar com a cabeça bem focada”, completa.   

A viagem para Paris também é uma oportunidade para entrar no clima dos Jogos Olímpicos. “Aqui, a gente está pertinho da Vila Olímpica e já se imagina lá dentro. Mas eu acho que eu estava mais ansiosa era para ver a piscina”, acrescenta.    

Ingrid Oliveira e Isaac Souza foram os únicos atletas brasileiros a terem acesso às novas piscinas e a todo o Complexo esportivo de Saint-Denis antes dos Jogos.

O campeonato faz parte da programação de treinamento da seleção brasileira de saltos ornamentais, que veio à capital francesa acompanhada do coordenador técnico, Ricardo Moreira. “O salto é um esporte bastante complexo. É um esporte de muita beleza, mas também de muita técnica, muita precisão. Os atletas têm de realizar saltos cada vez mais difíceis, porque quanto mais voltas dá no ar, maior é o grau de dificuldade. Mas também conta a beleza e a precisão do salto, porque é isso que os árbitros avaliam”, explica em entrevista à RFI. “Um atleta para chegar no nível do Isaac, da Ingrid, realmente tem que ter muitos anos de treino e muito talento para poder alcançar esse alto nível”, observa.   

"A Ingrid acordou cedo, viemos para o aquecimento e desde que chegou aqui ela não estava se sentindo bem", diz. "A gente esperou até o último minuto, mas achamos melhor tirá-la da competição e preservá-la", lamenta. "O nosso objetivo aqui era experimentar as novas instalações e isso foi feito. Infelizmente não conseguiu participar da competição, mas vamos nos preparar para representar bem o Brasil em julho", acrescenta o coordenador técnico brasileiro.    

“Nossa! No primeiro dia que eu cheguei aqui, pensei: vai ficar lotado”, disse Isaac Souza. “É uma arena legal, mas não é tão grande assim como vemos nos outros eventos. Mas eu imagino a torcida vibrando e torcendo não só por mim, mas pelos outros atletas também”, acrescenta. “Eu fico muito orgulhoso não só de representar o Brasil, mas de representar a Mangueira, o verde rosa da comunidade onde eu nasci e cresci”, continuou o carioca, já classificado para Paris 2024.   

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