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Jogadores de futebol têm risco maior de ter doenças cerebrais na terceira idade, diz pesquisa

Os jogadores de futebol têm um risco maior de desenvolver problemas de saúde cerebral após os 65 anos do que o resto da população, aponta um estudo publicado nesta sexta-feira (8) no Reino Unido.

No jogo entre Argentina e Holanda na Copa do Catar, na sexta-feira, 9 de dezembro de 2022, o atacante argentino Leonel Messi sobe para cabecear a bola.
No jogo entre Argentina e Holanda na Copa do Catar, na sexta-feira, 9 de dezembro de 2022, o atacante argentino Leonel Messi sobe para cabecear a bola. REUTERS - PETER CZIBORRA
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O estudo SCORES, liderado por pesquisadores da Universidade de East Anglia (leste da Inglaterra), conta com testes feitos pela internet para avaliar remotamente as funções cognitivas e acompanhar a evolução do cérebro.

Cerca de 145 ex-jogadores profissionais participaram do estudo. Cinquenta e cinco deles têm mais de 65 anos.

Segundo as conclusões do estudo, ex-jogadores de futebol entre 40 e 50 anos apresentam melhores resultados do que a população em geral, mas a tendência se inverte com a idade.

"É quando chegam aos 65 anos que as coisas começam a se degradar", comentou o médico Michael Grey, que chefia o estudo.

"Os jogadores de futebol com mais de 65 anos têm os piores resultados em áreas como o tempo de reação, funções executivas (que permitem sobretudo gerir e controlar situações não rotineiras ou realizar várias ações ao mesmo tempo) ou espacialização. São sinais claramente precursores de um declínio na saúde do cérebro", acrescentou.

Este novo estudo vai de encontro às conclusões de uma investigação realizada pela Universidade de Glasgow, que revelou que ex-jogadores de futebol corriam três vezes e meia mais risco do que a população em geral de morrer de uma doença neurodegenerativa, como demência ou doença de Parkinson.

Conscientização

Pesquisas desse tipo promoveram a conscientização sobre o impacto das práticas esportivas na saúde do cérebro e levaram a apelos por uma melhor proteção dos jogadores de futebol.

O estudo SCORES continuará nos próximos anos e ganhará amplitude com uma amostra maior.

"Isso nos dará uma imagem muito clara do dano potencial causado pelo cabeceamento da bola", explicou Grey. Ele também tentará coletar dados sobre os jogadores de futebol.

A família de Nobby Stiles, campeão mundial de futebol em 1966 com a Inglaterra e que morreu em 2020 vítima de demência, anunciou no mês passado que estava pensando em processar a Federação Inglesa (FA), acusando-a de não ter protegido suficientemente os jogadores contra o risco de lesões cerebrais.

Outros esportes questionam as suas consequências na saúde, como o boxe, mas também, mais recentemente, o rugby e o futebol americano.

(Com informações da AFP)

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