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Crescem pedidos de boicote à Copa do Mundo do Catar, acusada de ser "aberração ecológica"

Faltando apenas dois meses para a Copa do mundo do Catar, os pedidos de boicote da competição começam a ganhar força e, de acordo com o jornal francês Libération, devem aumentar nos próximos dias. A Copa do Mundo no Catar também é alvo de denúncias de trabalho escravo e mortes na construção dos estádios.

Uma foto de 23 de abril de 2019 mostra trabalhadores deixando o canteiro de construção em Msheireb no centro de Doha, no Qatar. De acordo com denúncias de jornal britânico, mais de 6.000 trabalhadores teriam morrido na construção dos estádios.
Uma foto de 23 de abril de 2019 mostra trabalhadores deixando o canteiro de construção em Msheireb no centro de Doha, no Qatar. De acordo com denúncias de jornal britânico, mais de 6.000 trabalhadores teriam morrido na construção dos estádios. AP - Kamran Jebreili
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O Libé lamenta que, apesar das críticas contra o evento, considerado uma "aberração ecológica" , os pedidos de boicote acontecem tarde demais e não serão suficientes para impedir o grande encontro do futebol mundial.

De acordo com o jornal, nunca o meio ambiente foi tão desrespeitado em um evento esportivo - os estádios com ar condicionado para enfrentar as altas temperaturas do país são um exemplo – assim como os direitos humanos.

Uma investigação do jornal britânico The Guardian, citada na matéria, revelou que mais de 6.000 trabalhadores imigrantes morreram na construção dos estádios devido às péssimas condições de trabalho do país organizador, comparáveis à escravidão. “São problemas que impedem o torcedor de assistir tranquilamente aos jogos”, avalia o jornal.

Vista geral do Estádio Lusail na periferia da capital do Catar, Doha, em 2 de setembro de 2022.
Vista geral do Estádio Lusail na periferia da capital do Catar, Doha, em 2 de setembro de 2022. AFP - KARIM JAAFAR

Protestos

O jornal francês Libération traz, em sua reportagem, depoimentos de dois torcedores. Quentin, cinegrafista de 28 anos, que diz que está começando a "ficar cansado do futebol em geral". "É o dinheiro que manda", diz o francês.

Paul, desempregado de 24 anos, diz que em 2018, assistiu a todos os jogos, mas nesta Copa vai acompanhar  apenas as partidas dos times que gosta: França, Brasil e Portugal. "Essa é minha maneira de protestar", explica.

Mas para o jornal, pela primeira vez falou-se tão seriamente sobre as emissões de CO2 durante uma Copa do Mundo ou sobre o custo energético dos estádios. Em resumo, a Copa do Mundo do Catar tem o mérito de trazer à tona temas que antes eram ausentes no evento.

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