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África do Sul/Futuros Craques

Escolinha de futebol de Soweto representa esperança para futuros atletas

Esporte popular, relacionado com a maioria negra, o futebol traz esperança para meninos e meninas que vivem nas periferias das grandes cidades. Na maior favela da África do Sul, a falta de incentivo do governo e pouca infraestrutura para a prática do esporte não impedem os jovens de sonhar com um futuro brilhante no país ou no exterior.

Escolinha de futebol na favela de Soweto, na periferia de Joanesburgo.
Escolinha de futebol na favela de Soweto, na periferia de Joanesburgo. Foto: Carlos Pizarro
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Por muito tempo na África do Sul, se alguém perguntasse qual o esporte nacional do país, a resposta seria o rugby. Mas para a maioria dos cidadãos africanos, de origem negra, o rugby expressava a realidade imposta pelo Apartheid, o regime de segregação social que vigorou durante a maior parte do século 20. O esporte era praticado e simbolizava a dominação da minoria branca. Os negros se identificavam com o futebol.

"Futebol é uma paixão popular", explica o jovem Tebogo Matshidza. “Em todo lugar que você for, vai ver crianças jogando futebol. Em parques, qualquer lugar. Mesmo quando não tem bola de futebol, joga-se com bola feita de plástico. Futebol é muito popular neste país", afirma.

Tebogo tem 16 anos. Joga futebol na escolinha de Soweto, a maior township (favela) da África do Sul, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas. Ele faz parte do grupo de atletas que treinam pelo menos duas vezes por semana no gramado ao ar livre, uma área pública oferecida pelo governo aos moradores praticarem seu esporte favorito. Mas o lugar é pequeno.

Muitas equipes, incluindo de outros bairros, dividem o espaço e às vezes têm que treinar ao mesmo tempo em um campo onde a grama às vezes perde espaço para trechos de terra. As traves não sequer tem redes, mas cada equipe treina com uniforme.

12:14

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São dezenas de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos. Eles são divididos em várias categorias, por idade e talento também. Lucky Shiburi é um ex-jogador de futebol que se tornou treinador da Academia BTSSA  ( Academia Além das estrelas do esporte, na sigla em inglês).

Ele trabalha duro para que todas as crianças e adolescentes tenham o direito de sonhar bem alto. “É um desafio para nós treinadores lidar com essas crianças. Hoje em dia você deve motivar as crianças para jogar e gostar de futebol. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia, muitos passam o tempo com telefones celulares, equipamentos eletrônicos. Então, como treinadores, temos que sempre motivá-los", diz.

O assistente dele, outro ex-jogador de futebol, Lawrence Vusane, reclama das condições de trabalho. “Temos que dividir o gramado com várias equipes. Agora, por exemplo, são 4 treinando ao mesmo tempo. É muito pequeno para todos nós. Quando você está treinando esses jovens, precisa de espaço, para os atletas entenderem o que você, como técnico, está pedindo a eles. O que falamos na teoria, eles têm que fazer na prática", comenta.

Na prática, meninos e meninas treinam juntos. Não há diferenças de objetivos. Querem aproveitar a enorme

Apesar da pouca infraestrutura para formação, os jovens sonham em seguir carreira e defender a seleção do país.
Apesar da pouca infraestrutura para formação, os jovens sonham em seguir carreira e defender a seleção do país. Foto: Carlos Pizarro

oportunidade que representa uma Copa do Mundo no país. Ossha Nonklankla, de 17 anos sonha em fazer parte da seleção feminina de futebol, conhecida pelo apelido Bayania Bayania.

"Aqui o futebol afasta as pessoas das drogas e de outras coisas ruins. Eu sempre me interessei por futebol. Acho que tenho talento. Meu sonho é jogar como uma Bayania Bayania, e se conseguir, posso jogar no exterior. E eu vou chegar lá!", diz a jovem.

 

 

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