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Com ausência de japoneses e coreanos, Salão Internacional do Automóvel reabre em Paris

Após quatro anos de ausência devido à Covid-19, o Salão Internacional do Automóvel foi inaugurado nesta segunda-feira (17) em Paris pelo presidente francês Emmanuel Macron. O chefe de Estado defendeu "forte apoio" e "o mais rápido possível" à indústria automobilística europeia face à China e os Estados Unidos. Sem a presença de grandes nomes do setor nesta edição, o evento abre para o público na terça-feira.

Carlos Tavares PDG de Stellantis rencontre le président  Emmanuel Macron.
Carlos Tavares PDG de Stellantis rencontre le président Emmanuel Macron. © RFI/Pierre René-Worms
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A edição de 2022 do Salão, sem representantes japoneses, coreanos e sem Volkswagen, BMW ou Ferrari, é marcada pela participação maciça de grupos franceses e chineses, num momento em que a indústria está engajada em uma virada histórica para o consumo de carros elétricos e, ao mesmo tempo, paralisada pela escassez de chips eletrônicos.

Mas após o cancelamento da edição de 2020 devido à pandemia, e num contexto complicado para a indústria automobilística, este 89º Salão acontece de forma reduzida. Os organizadores esperam receber entre 300.000 e 400.000 visitantes este ano, em apenas uma semana, sendo que anteriormente o evento reunia até um milhão de entusiastas de carros por duas semanas.

Depois de ter recebido representantes do setor para um jantar no domingo à noite, Emmanuel Macron visitou o salão nesta segunda-feira, em um dia aberto somente à imprensa, antes da chegada do público em geral na terça-feira.

Macron reitera apoio à indústria europeia

"Defendo fortemente a preferência europeia pelo elétrico; sou por um forte apoio ao setor automotivo. Temos de nos empenhar para que isso aconteça o mais rápido possível", declarou Emmanuel Macron em entrevista.

"Os americanos compram carros americanos e estão adotando uma estratégia de ajuda estatal muito ofensiva”, declarou Macron. “Os chineses estão fechando seu mercado. Não podemos ser o único espaço, o mais exemplar em termos climáticos, que não vai levar em conta a preferência por produtos europeus”.

As realocações do setor na França vêm acontecendo há 30 anos, mas a produção automotiva ainda representa 800.000 empregos no país, que é o 3º produtor europeu, atrás da Alemanha e Espanha. As vendas de carros estão no nível mais baixo desde o início da pandemia.

O governo manifestou o desejo de “localizar toda a cadeia produtiva do automóvel elétrico na França, desde a produção de baterias até a reciclagem”, indicou o palácio do Eliseu.

O objetivo muito ambicioso de dois milhões de veículos produzidos na França até 2030, em comparação com 1,3 milhão em 2021, ilustra essa tendência. Vários ministros também devem visitar a feira Equip'auto, que também abre segunda-feira na Porte de Versailles, complexo de exposições no sul de Paris.

Marcas chinesas e vietnamitas

A Renault aposta ao apresentar o novo Renault 4, descendente do famoso "4L", um SUV elétrico. No mesmo grupo, Dacia e Alpine apresentam conceitos futuristas. Pela Stellantis (grupo surgido da fusão entre PSA e Fiat-Chrysler), a Peugeot, Jeep e DS estão exibindo alguns novos modelos, incluindo o primeiro Jeep elétrico, enquanto a Citroën mostrou seu conceito Oli “sustentável” antes do show.

As outras estrelas do evento, com seus grandes estandes, são Ora, BYD ou VinFast, marcas chinesas e vietnamitas de carros elétricos que investem na conquista da Europa.

Nenhum fabricante alemão fez a viagem a Paris: depois de investir milhões nos shows de Xangai e Munique em 2021, tanto a BMW como a Volkswagen não estarão presentes com suas subsidiárias Mini, Seat, Bugatti ou Lamborghini.

Apenas a Mercedes veio para a França, mas longe do Salão Internacional. O fabricante apresentou seu novo SUV elétrico EQE no Museu Rodin.

Os fabricantes japoneses e coreanos também se destacam pela ausência. Também não há Tesla: como outras, a marca prefere organizar seus próprios eventos ou expor em feiras de tecnologia como a de Las Vegas.

Esses gigantes automobilísticos foram substituídos por vários gigantes bancários, como BNP ou Crédit Agricole, que exibem veículos oferecidos para aluguel. Netflix e Lego também estão presentes no Salão Internacional do Automóvel de Paris.

(Com informações da AFP)

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