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Espanha/ crise

Catalunha pede ajuda de 5 bilhões de euros ao governo espanhol

O governo da Catalunha, a região mais rica da Espanha, decidiu pedir hoje uma ajuda financeira de 5.023 bilhões de euros ao governo espanhol, mas destacou que não aceitará condições políticas para receber o auxílio. O primeiro-ministro Mariano Rajoy prometeu ”ajudar a Catalunha e as outras regiões em dificuldades”.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, em seu escritório no Palácio Moncloa, em Madri, nesta terça-feira.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, em seu escritório no Palácio Moncloa, em Madri, nesta terça-feira. REUTERS/Sergio Perez
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A região se esforça para manter o seu status de autônoma ao governo central, razão pela qual a administração local se antecipou em assegurar que “não vai aceitar condições políticas” em troca da ajuda, “apenas econômicas”. “O governo regional decidiu pedir a participação no Fundo de Liquidez para enfrentar os vencimentos de dívida até ao final do ano”, disse o seu porta-voz da administração catalã, Francesc Homs.

A notícia não foi bem recebida pelo mercado financeiro: a bolsa de Madri caiu imediatamente 1,19%, ao meio-dia. O anúncio acontece em um momento em que a Espanha segue na linha de mira dos mercados, que temem que o país não consiga se autofinanciar até novembro e seja obrigada a pedir ajuda financeira à União Europeia.

Este é o primeiro pedido de resgate de uma região espanhola a Madri na atual crise das dívidas europeia, embora Valência e Múrcia já tenham sinalizado a intenção de fazê-lo. A expectativa é de que outros pedidos de ajuda ocorram nas próximas semanas. A situação das regiões espanholas é crítica desde que estourou a bolha imobiliária de 2008 e a crise econômica não deu sinais de melhora.

“As regiões são a Espanha, portanto o governo espanhol não vai abandoná-las”, declarou o premiê Rajoy.

A dívida catalã, a maior do país, ultrapassava os 40 bilhões de euros no fim do primeiro trimestre do ano e chegou ao fim do ano passado com um déficit de 3,7% do seu PIB. Até o final do ano, precisará reembolsar títulos num total de 5,75 mil milhões de euros.

A Catalunha se comprometeu, como o resto da Espanha, a promover cortes drásticos nos gastos públicos, que devem resultar em 1 bilhão de euros de economias. A austeridade é sentida sobretudo nos investimentos em saúde e prestações sociais.

A partir desta semana, o governo espanhol terá uma série de reuniões diplomáticas importantes, nas quais um eventual pedido de ajuda financeira deve ser evocado. Amanhã, o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, visita Madri, seguido pelo presidente francês, François Hollande, na quinta, e a chanceler alemã, Angela Merkel, em 6 de setembro.
 

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