Desde que o novo presidente francês, François Hollande, assumiu as funções, a criação de eurobônus, uma ferramenta de compartilhamento das dívidas, é uma das soluções mais discutidas para a crise da zona do euro. Os estados membros do bloco emitiriam dívida pública em comum, nos mercados, para se proteger mutuamente dos ataques especulativos.
Com a emissão de eurobônus, os juros para os empréstimos seriam os mesmos para todos, ou seja, cairiam bruscamente para as economias em dificuldades, como a grega, a espanhola ou a portuguesa. Por outro lado, os países que hoje se beneficiam de taxas vantajosas, como a Alemanha, passariam a pagar mais. Na semana passada, o índice aplicado à Grécia era de exorbitantes 30%, enquanto que para a Alemanha, o país mais sólido do bloco, caíram para zero, um recorde.
A questão suscita uma oposição profunda entre as lideranças europeias. O divisor de águas é entre os países que têm as contas públicas em ordem e se opõem à proposta, liderados pelos alemães, e os que se encontram em uma situação econômica delicada, como a França, a Inglaterra ou a Itália, e são portanto favoráveis a essa ideia.
Renato Baumann, professor de Economia da Universidade de Brasília e técnico do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, acha que é uma boa solução, se todos os países se comprometerem em colocar as contas em ordem.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro