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Europa/Grécia

Europeus cogitam saída da Grécia da zona do euro

Diante de uma crise que se prolonga há mais de dois anos, a Europa perde a confiança na capacidade dos gregos de adotar novas reformas para estabilizar seu orçamento e diminuir o déficit. A saída do país da zona euro aos poucos se transforma em uma possibilidade concreta, mesmo que ainda não haja consenso.  

Para o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, um acordo deve ser feito com os credores públicos até o dia 13 de fevereiro.
Para o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, um acordo deve ser feito com os credores públicos até o dia 13 de fevereiro. REUTERS/Yiorgos Karahalis
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O presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, acredita que há excesso de promessas do governo grego e poucos resultados práticos. As medidas recentemente adotadas são, diz ele, insuficientes para tirar o país do caos financeiro em que vive atualmente. "Não podemos viver num sistema onde as promessas são feitas mas medidas para colocá-las em prática são insatisfatórias”, declarou na saída de um reunião dos ministros das Finanças da zona do euro nesta quinta-feira à noite.

A Grécia deve honrar o pagamento da parcela de 14,5 bilhões de euros até o dia 20 de março, mas as negociações para obter a liberação do segundo pacote de 130 bilhões de euros pela Europa se anunciam árduas. Na quarta-feira o governo anunciou que os três partidos do governo haviam chegado a um acordo que prevê novos cortes de gastos, mas o líder do partido de extrema direita Laos, Georges Karatzaferis, declarou que não votaria a favor das medidas, e poucas horas mais tarde os quatro ministros de seu partido também anunciaram sua demissão. A secretária para negócios estrangeiros Marilisa Xenogiannakopoulou, integrante do Pasok, o partido socialista dirigido pelo ex-premiê grego George Papandreou, também anunciou sua demissão nesta sexta-feira. Decisões inesperadas, que fazem ressurgir as dúvidas sobre a coesão política necessária para aplicação do plano de austeridade.

Diante do impasse, os ministros das finanças da União Europeia pediram aos gregos que revejam seus objetivos e as discussões sejam retomadas no próximo dia 15 de fevereiro. O governo grego deverá enxugar mais de 325 milhões de euros do orçamento, e o Parlamento deverá aprovar o plano de ajustes no domingo. O compromisso político é essencial para os europeus e também a única maneira de garantir a continuidade das medidas depois das eleições, previstas para abril. O governo grego também depende da moratória parcial da dívida, de 100 bilhões de euros, prometida pelos credores privados, que também exigem um esforço extra de Atenas.

A insatisfação dos membros da zona do euro se traduz por uma possibilidade, que vem sendo levantada cada vez com mais frequência entre os representantes europeus, da Grécia deixar a zona do euro. Em entrevista à imprensa, a vice-presidente da Comissão, Neelie Kroes, disse recentemente, por exemplo, que se a Grécia saísse da zona do euro, "não seria o fim do mundo." O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, tem a mesma opinião. Em entrevista ao jornal francês Les Echos, o economista-chefe da empresa Oddo Securities, também declarou que "os debates inúteis do governo grego romperam a confiança política com o restante dos credores.” De acordo com ele, os europeus chegaram a um ponto onde talvez fosse melhor encontrar uma outra solução em vez de manter a Grécia em uma organização monetária onde ela "não respeita as regras.”
 

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