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Quadro de Fragonard é leiloado por mais de R$ 45 milhões após 200 anos desaparecido

A história tem todos os ingredientes que o mercado de arte adora: uma obra-prima esquecida e rara de um dos mestres da pintura do século 18. O quadro representando um “Filósofo lendo” do pintor francês Fragonard, ficou desaparecido durante 200 anos, antes de ser descoberto por um especialista e leiloado neste sábado (26).

O lance inicial do quadro "Filósofo lendo", de Fragonard, era de € 1,2 milhão.
O lance inicial do quadro "Filósofo lendo", de Fragonard, era de € 1,2 milhão. © AFP/Stéphane de Sakutin
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A obra-prima foi vendida por € 7,68 milhões (cerca de US$ 9,17 milhões ou R$ 45,23 milhões) na cidade de Epernay, a leste de Paris, informou a casa de leilões “Champagne”.

A tela oval, de 45,8 x 57cm foi pintada entre 1768 e 1770, que é considerado o “período mais virtuoso” do artista emblemático do século 18. O lance inicial do leilão era de € 1,2 milhões. A obra foi arrematada por quase cinco vezes mais, € 6,3 milhões, um preço que subiu para € 7,68 milhões com a comissão de compra (22%).

O comprador foi um colecionador particular. Sua identidade não foi revelada, mas a obra-prima deve permanecer na França, indicou a casa de leilões.

Este é o terceiro valor mais importante atingido por um quadro de Jean-Honoré Fragonard (1732-1806), informou Stéphane Pinta, o especialista que autentificou a obra. “Fragonard é um dos cinco monstros sagrados da pintura francesa do século 18. Esperávamos um lance importante por este quadro extraordinário, que está em um excelente estado de conservação, tem um tema raro, é composto de maneira inteligente e completamente inédito no mercado”, comentou Pinta.

Herança

A obra pertenceu por um tempo ao miniaturista Pierre Adolphe Hall, amigo de Fragonard. Em seguida, saiu do radar do mercado por 200 anos, até que um especialista, Antoine Petit, a redescobriu durante um inventário de herança.

Durante todo esse tempo, ele ficou em uma casa na região do Marne, leste da França, passando de geração a geração de uma mesma família “sem que seus proprietários conhecessem sua origem ou valor”, contou Petit. O “Filosófo lendo” tem a mesma moldura dourada de origem e no verso a assinatura “Fragonard”.

O quadro representa um homem “maduro”, longe dos temas femininos e de libertinagem que fizeram o renome do artista francês. “Todos os planetas estavam alinhados para termos um leilão interessante”; conclui Pinta.

Um desenho de Henri Matisse, que passou anos em um armário sem que seu dono imaginasse seu valor, também foi leiloado neste sábado, pela quantia de US$ 263.000, em Manosque, sul da França, anunciou o hotel Ivoire. A identidade do comprador deste desenho a carvão de 1938, assinado pelo artista, representando o "Retrato de Hélène Mercier, Princesa Galitzine, sentada", não foi divulgada.

(Com AFP)

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