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Linha Direta

"Indústria Americana" desbanca "Democracia em Vertigem" no Oscar; "Parasita" leva quatro estatuetas

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O filme "Parasita" foi o grande vencedor da cerimônia do Oscar, realizada no domingo (9) em Los Angeles. O longa sul-coreano, Palma de Ouro em Cannes no ano passado, conquistou quatro das estatuetas principais: melhor filme, melhor roteiro original, melhor filme internacional (que antes era chamado de filme estrangeiro) e melhor diretor para Bong Joon Ho. Na categoria de melhor documentário, o brasileiro "Democracia em Vertigem", de Petra Costa, perdeu para "Indústria Americana".

O cineasta sul-coreano Bong Joon-ho (no centro) foi o grande vencedor da cerimônia do Oscar.
O cineasta sul-coreano Bong Joon-ho (no centro) foi o grande vencedor da cerimônia do Oscar. KEVIN WINTER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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Da correspondente em Los Angeles

O diretor de "Parasita" concorreu com nomes como Martin Scorsese e Quentin Tarantino. Quando Bong Joon Ho recebeu a estatueta, disse que queria quebrá-la em cinco partes para dividi-la com os colegas indicados. Ele falou que na universidade estudou Scorsese, recordou uma frase do ítalo-americano, e agradeceu Tarantino por ser uma das primeiras pessoas a citar o filme "Parasita" em Hollywood.

Foi emocionante ver uma equipe estrangeira fazer a festa, trouxe esperança em um ano no qual a diversidade foi esquecida nas indicações. O longa "1917", de Sam Mendes, que era o grande favorito, ficou em segundo lugar com três Oscars, todos em categorias técnicas – efeitos especiais, mixagem de som e fotografia.

Neste ano, havia apenas uma atriz negra nas indicações e nenhuma mulher concorrendo ao prêmio como diretora. A forma encontrada pela academia para compensar essa falta de diversidade foi iniciar a cerimônia com uma apresentação de Janelle Monáe. "Tenho orgulho de estar aqui, como negra e artista gay contando histórias. Feliz mês da História negra”, disse a artista, que foi abraçada por aplausos calorosos da plateia. Esta edição do Oscar foi considerada uma das piores em relação à diversidade racial. Os apresentadores fizeram várias observações irônicas sobre a falta de mulheres e negros.

"Parasita" surpreendeu pela quantidade de estatuetas, mas o restante dos vencedores eram realmente os favoritos. Renée Zellweger foi a melhor atriz por "Judy: Muito Além das Estrelas". Laura Dern faturou na categoria atriz coadjuvante por "História de um Casamento". Joaquin Phoenix levou a estatueta de melhor ator por "Coringa". Brad Pitt venceu como melhor ator coadjuvante por "Era Uma Vez em... Hollywood". Tanto Brad quanto Phoenix já haviam sido indicados outras três vezes, mas só agora levaram o Oscar para casa. Brad Pitt até já tinha um Oscar na estante, mas como produtor de "12 anos de Escravidão", não como ator.

Equipe brasileira faz protesto no tapete vermelho

Na categoria de melhor documentário, a indústria preteriu "Democracia em Vertigem", e o Brasil ficou novamente sem a maior premiação do cinema americano. Em 92 anos de Oscar, ainda não temos o nosso. "Indústria Americana", o vencedor, era o favorito, uma história forte sobre choque cultural, sobre a influência da China na indústria mundial.

Equipe de "Democracia em Vertigem" faz protesto sobre situação política no Brasil antes do início da cerimônia do Oscar, em Los Angeles.
Equipe de "Democracia em Vertigem" faz protesto sobre situação política no Brasil antes do início da cerimônia do Oscar, em Los Angeles. Reprodução

Ao receber a estatueta, a diretora Julia Reichert ressaltou a coragem dos colegas concorrentes por trazerem histórias de lugares tão diversos quanto o Brasil e a Macedônia. Ela disse ainda que as coisas ficam melhores quando os trabalhadores do mundo se unem, em uma referência ao Manifesto Comunista de Marx e Engels. Esse documentário foi produzido pela família Obama e o ex-presidente parabenizou os diretores pelas redes sociais.

Antes da cerimônia, a equipe de "Democracia em Vertigem", liderada pela diretora Petra Costa, fez um protesto no tapete vermelho, com cartazes que relembravam a morte da vereadora Marielle Franco e a invasão das terras indígenas. Nas mensagens, a maioria em inglês, a equipe pedia: "resista ao fascismo". No único cartaz escrito em português, a questão era: "Quem mandou matar Marielle?".

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