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Cannes 2016/Festival

Críticos lamentam que Aquarius e outros "filmes fortes" não levaram Palma em Cannes

No dia seguinte à cerimônia de entrega da cobiçada Palma de Ouro do 69° Festival de Cinema de Cannes, diversos críticos lamentaram a escolha do júri presidido por George Miller.

Laureados do Festival de Cannes 2016 posam para os fotógrafos no Palácio dos Festivais.
Laureados do Festival de Cannes 2016 posam para os fotógrafos no Palácio dos Festivais. REUTERS/Yves Herman
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Premiação decepcionante para uma seleção genial. Esta é a manchete do Le Monde, para o qual o júri não soube escolher as verdadeiras pérolas entre os longas apresentados. "Esnobando Toni Erdmann (Maren Ade), Aquarius (Kleber Mendonça Filho), Ma Loute (Bruno Dumont) Loving ( Jef Nichols) e Elle (Paul Verhoeven), eles não honraram a qualidade excepcional da competição", diz o artigo, ressaltando que o júri ignorou quase todos os filmes que encantaram, escolhendo outros que, apesar de bons, não refletiam a força de uma competição que há muito tempo não atingia tal nível de qualidade.

A Palma de Ouro para o britânico Ken Loach é a grande decepção para Le Monde, que considera o prêmio para "I, Daniel Blake" insípido e injusto.

E entre os injustiçados apontados pelo jornal está o longa brasileiro Aquarius, descrito como um grande filme de resistência que se inscreve na categoria das grandes obras. Ainda sobre a evolução da representação do papel de mulheres no cinema, o jornal cita Clara (Sonia Braga), papel principal de Aquarius, como uma das mais belas personagens femininas da competição.

Ken Loach, uma escolha convencional

"O filme de Ken Loach é um bom filme. Mas se a principal razão do festival existir é destacar obras originais, não foi a boa escolha", declarou à agência de notícias AFP o crítico e historiador de cinema, Jean-Michel Frodon, para quem o trabalho de Loach, que já ganhou uma Palma de Ouro em 2006 com Ventos da Liberdade, poderia ter sido elogiado, mas não precisava ter recebido uma Palma.

O diário de esquerda Libération foi mais feroz, considerando o longa premiado como "um puro filme de esquerda para espectadores de direita, particpando da abdicação de toda ambição estética ou complexidade humana".

O jornal inglês The Guardian concorda com os companheiros franceses: "A premiação é uma mistura de filmes, sendo que os mais interessantes e bem feitos foram esquecidos", lamenta o famoso crítico Peter Bradshaw.

 

 

 

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