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Fevereiro teve recorde de emissões de CO2 em toda a região amazônica, mostra observatório europeu

Quase três mil incêndios foram registrados em fevereiro na Amazônia Legal, um recorde para essa época do ano. A imprensa francesa destaca nesta quinta-feira (29) dados divulgados na véspera pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mas também pelo programa europeu de observação da Terra Copernicus.

Uma área desmatada e queimada em um trecho da BR-230, em Humaitá, Estado do Amazonas, Brasil, em 16 de setembro de 2022.
Uma área desmatada e queimada em um trecho da BR-230, em Humaitá, Estado do Amazonas, Brasil, em 16 de setembro de 2022. AFP - MICHAEL DANTAS
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De acordo com imagens de satélite captadas pelo Inpe, 2.940 incêndios foram contabilizados ao longo do mês de fevereiro. Isso represente "67% a mais do que os 1.761 incêndios registrados em fevereiro de 2007, o recorde precedente", afirma o  jornal Le Figaro

Já a revista L'Obs ressalta que "a maior floresta tropical do planeta é um dos ecossistemas mais importantes do mundo para estabilizar o clima ameaçado pelo aquecimento global". A matéria também reproduz uma afirmação de outubro de 2023 da ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, segundo a qual "não existe fogo natural na Amazônia".

A constatação da ministra é reforçada pela diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar. Em entrevista à AFP, ela declarou que "provavelmente esses incêndios foram iniciados por pessoas nas suas práticas agropecuárias ou na queima de pastagem para limpeza". 

No entanto, a especialista considera que as mudanças no clima desempenham "um papel fundamental" nos incêndios. "A gente tem visto a Terra bater recordes e recordes de temperatura. Todo ano é o ano mais quente e isso tem uma sinergia com os fenômenos climáticos", disse Alencar.

É o caso de uma grave seca que castigou gravemente a Amazônia entre junho e novembro do ano passado, destaca o site da emissora FranceInfo. O fenômeno "afetou milhões de pessoas na região, resultou em enormes incêndios florestais, reduziu a quantidade de água nos rios e causou uma devastação catastrófica da fauna", sublinha o texto.

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente do Brasil confirmou que os incêndios "são agravados pela estiagem prolongada, intensificada pela mudança do clima e por um dos El Niños mais fortes da história".

Recorde de emissões de CO2 

Em um balanço divulgado na quarta-feira (28), o Copernicus mostrou que as emissões de CO2 também bateram recorde na região amazônica em fevereiro, em três países da região. O site do jornal Le Monde destaca os números apresentados pelo serviço europeu: até o último dia 27, foram emitidas 4,1 megatoneladas de dióxido de carbono pelo Brasil, 5,5 Mt pela Venezuela e 0,3 Mt pela Bolívia.

O cientista Mark Parrington, do serviço de monitoramento da atmosfera do Copernicus, indica que a circulação de fumaça na região "se traduz pelo aumento da poluição do ar em zonas densamente povoadas". Segundo ele, além do Brasil, da Venezuela e da Bolívia, outros países que registraram incêndios recentemente na América do Sul também enfrentam o mesmo problema, como o Chile e a Argentina.

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