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Lula promete ajudar Haiti a lutar contra falta de segurança e miséria da população

O Brasil se comprometeu nesta quinta-feira (22) a ajudar o Haiti, um dos países mais pobres do planeta, a encaminhar demandas da ilha na organização das Nações Unidas para equacionar o duplo problema que desespera os haitianos: a falta de segurança e as carências crônicas da população.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Cañez, conversa com o presidentes Lula em Paris.
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Cañez, conversa com o presidentes Lula em Paris. ©
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Em uma reunião bilateral com o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que ele estabeleça uma lista de prioridades, para que o Brasil possa apoiar as demandas enquanto membro do Conselho de Segurança da ONU e também de forma bilateral. O Exército brasileiro esteve no comando da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) durante 13 anos, até seu encerramento em 2017, mas o legado da operação foi posteriormente questionado. 

De acordo com uma fonte do Itamaraty, Lula fez questão de se encontrar com Henry, apesar da agenda apertada, para sinalizar à comunidade internacional que existem outras urgências no mundo que estão sendo menosprezadas, por mais grave que seja a guerra no coração da Europa. Na cúpula do G7 em Hiroshima, em maio passado, Lula já havia feito a advertência de que o mundo tem muitos conflitos não resolvidos. 

A maratona de quatro bilaterais do petista começou com uma conversa com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Do lado do Brasil, participavam das trocas o chanceler Mauro Vieira, o assessor-chefe especial da presidência, Celso Amorim, e diplomatas do Itamaraty. 

Lula e Ramaphosa falaram sobre os preparativos para a cúpula do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, marcada para 22 a 24 de agosto em Johanesburgo, na África do Sul.

Ramaphosa também fez um relato a Lula dos encontros que teve na semana passada com os presidentes Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e Vladimir Putin, da Rússia. O sul-africano liderou uma missão de representantes de sete países de seu continente em busca da paz. O grupo colheu, no entanto, a mesma impressão que teve Celso Amorim em suas visitas a Kiev e Moscou. Putin e Zelensky ainda estão em dois extremos e têm uma dificuldade muito grande de discutir uma cessação das hostilidades, segundo fontes do Itamaraty. As dificuldades para importar grãos da Ucrânia e fertilizantes da Rússia estão comprometendo a segurança alimentar em diversos locais da África e do mundo. Lula e Ramaphosa continuarão a trabalhar pela paz. 

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, também se reuniu com Lula, em um contexto de reaproximação dos dois países depois de passarem cinco anos sem representação diplomática em Havana e Brasília, durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Os assuntos tratados foram as articulações dentro do G77, a coalizão de países em desenvolvimento dentro das Nações Unidas, atualmente sob a presidência de Cuba, a cúpula amazônica, em agosto, a presidência do Brasil no G20, no ano que vem, e a COP 30, em Belém. Díaz-Canel convidou o Brasil como país homenageado na Feira do Livro de Cuba em 2024.

Lula encerrou a tarde de reuniões com o presidente da COP28, Sultan Ahmed Al-Jaber, dos Emirados Árabes Unidos. A atmosfera das conversas foi descrita como de “total cooperação” para o sucesso da conferência climática.

Almoço com Macron

O almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (23), no Eliseu, gera expectativas positivas na delegação brasileira, apesar das divergências explicitadas pelo presidente Lula com respeito ao acordo União Europeia-Mersosul.

A França é o país com o qual o Brasil tem o maior programa de cooperação estratégica e uma fronteira em comum, na Guiana Francesa. Após o esfriamento das relações com as grosserias do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula e Macron devem reativar a cooperação científica e tecnológica, projetos ambientais, energéticos, de defesa e cultura.  

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou nesta quinta a Paris para participar das reuniões. Em entrevista à imprensa brasileira, Haddad disse acreditar que as negociações UE-Mercosul irão avançar e repetiu uma frase dita mais cedo por Lula: “Tanto o Mercosul quanto a União Europeia têm que abrir mão dos seus perfeccionismos e protecionismos”.

Ao comentar as condições adicionais apresentadas pelos europeus, entre elas o cumprimento do Acordo de Paris, Haddad rebateu: “A impressão que dá é muito mais um elemento para postergar uma decisão do que propriamente uma preocupação que nós temos”. Na avaliação do ministro, o Brasil reafirmou todos os compromissos ambientais com o retorno de Lula à presidência.  

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