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“Nenhum general se moveu para dizer que não se pode reivindicar um golpe”, diz Lula

O palco da destruição no domingo (8) deu lugar a uma união de força e discursos em prol da democracia. Após um encontro no Palácio do Planalto nessa segunda-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os 27 governadores e integrantes do Judiciário atravessaram a pé a Praça dos Três Poderes com destino ao Supremo Tribunal Federal. O ato mostrou, disse o presidente, que pode haver divergências políticas entre eles, mas que governos e instituições estarão juntos para combater tentativas golpistas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao plenário da Suprema Corte com a presidente Rosa Weber, ministros e governadores um dia depois que milhares de apoiadores do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro invadiram o Congresso do Brasil, a Suprema Corte e o palácio presidencial, em Brasília, Brasil, em 9 de janeiro de 2023.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao plenário da Suprema Corte com a presidente Rosa Weber, ministros e governadores um dia depois que milhares de apoiadores do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro invadiram o Congresso do Brasil, a Suprema Corte e o palácio presidencial, em Brasília, Brasil, em 9 de janeiro de 2023. REUTERS - UESLEI MARCELINO
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Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

“Não vamos deixar a democracia escapar das nossas mãos. Esse gesto de vocês, todos aqui, mostra que no nosso país tudo é possível. Menos acabar com nossa incipiente democracia, já tão atingida com o impeachment de Dilma Rousseff”, afirmou o presidente. Durante a reunião Lula voltou a criticou a PM do Distrito Federal, mas dessa vez também cutucou o Exército.

“Eles estavam lá ocupando a frente de vários quartéis. E reivindicavam o quê? Melhoria de vida da população? Reajuste salarial? Mais liberdade? Não. O que eles queriam era um golpe.  Nenhum general se moveu para dizer que isso não pode, que não pode agir dessa forma. E aí eles agiram”, disse Lula.

Já o ministro da Justiça, Flávio Dino, elogiou a postura das Forças Armadas: “Quero enaltecer o trabalho das Forças Armadas que, durante meses, ouviram o grito demoníaco do golpismo, mas nele não embarcaram, apesar da postura particular de um ou de outro”, frisou o ministro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Praça dos Três Poderes, ao lado da presidente do STF Rosa Weber, ministros e governadores, um dia depois que milhares de apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, em 9 de janeiro de 2023.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Praça dos Três Poderes, ao lado da presidente do STF Rosa Weber, ministros e governadores, um dia depois que milhares de apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, em 9 de janeiro de 2023. REUTERS - UESLEI MARCELINO

Governadores aliados de Bolsonaro

Governadores que estiveram no mesmo palanque de Jair Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo, condenaram os ataques. “Um país que construiu uma rede de proteção social que alcança tantos brasileiros, um país que tem potencial enorme para o crescimento e que construiu, a duras penas, sua democracia, que é um valor que tem de ser exaltado. E essa reunião de hoje mostra que a democracia brasileira vai se tornar ainda mais forte, após os episódios de ontem”, apostou o governador paulista.

O trabalho para levantar tudo o que foi destruído continua, mas o Senado divulgou uma estimativa do prejuízo deixado por bolsonaristas, de R$ 3 a 4 milhões apenas nas dependências dessa casa Legislativa.

Nessa segunda, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, PM e Exército retiraram todas as pessoas acampadas em frente ao QG do Exército. Mais de mil e quinhentas pessoas foram levadas a um ginásio onde passaram por uma triagem, revista, e foram ouvidas pela Polícia Federal.

Também nessa segunda-feira, a Câmara aprovou a intervenção federal na segurança do Distrito Federal, medida adotada por Lula no dia dos ataques à Praça dos Três Poderes, mas que precisa ser ratificada pelo Congresso Nacional. Nessa terça-feira (10) o Senado deve apreciar o texto.

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