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PM e Exército desmontam acampamentos golpistas após invasão em Brasília

Bolsonaristas radicais foram levados para prestar depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (9), um dia após a invasão da Praça dos Três Poderes, em Brasília. A Secretaria de Comunicação do Planalto informou que, além de deixar um rastro de destruição nos prédios públicos, os invasores levaram armas, documentos e arquivos digitais.

Militares desmontam acampamento de bolsonaristas em Brasília.
Militares desmontam acampamento de bolsonaristas em Brasília. AP - Gustavo Moreno
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Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

Era para ser um dos horários mais movimentados do acampamento de bolsonaristas radicais montado em frente ao Quartel General do Exército em Brasília. Na hora do almoço, várias barracas distribuem comida produzida ali mesmo, como carne, arroz, farofa. Mas depois dos ataques terroristas aos prédios do Congresso, Planalto e Supremo Tribunal Federal, a situação nesta segunda-feira foi diferente.

Pessoas com malas, carregando também sacolas e travesseiros, se preparavam para deixar o local. Vários ônibus do transporte coletivo do Distrito Federal estavam ali para levar as pessoas para a Polícia Federal. Em vídeos na internet, os próprios bolsonaristas disseram que o Exército, a quem eles rogaram o tempo todo por um golpe de Estado para tirar Lula do poder, informou que todos teriam uma hora para recolher os pertences e deixar o local. A polícia militar, que foi acusada de, no mínimo, ter sido omissa diante dos ataques aos prédios públicos no domingo, também participou da operação de desmonte do acampamento.

Os golpistas também foram avisados que passariam por uma triagem, com conferência dos documentos, revista e depoimento aos agentes. A expectativa de muitos era de que a partir daí a maioria seria liberada, mas havia ainda dúvidas entre eles. O Governo do Distrito Federal chegou a falar em 1.200 detidos.

Militantes bolsonaristas deixam acampamentos desmantelados em Brasília.
Militantes bolsonaristas deixam acampamentos desmantelados em Brasília. AP - Gustavo Moreno

Não houve resistência à retirada de barracas, erguidas logo a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições, numa área próxima ao centro da capital. O interventor federal, Ricardo Capelli, que ontem assumiu o comando da segurança pública no Distrito Federal, esteve no local para acompanhar o trabalho da PM e do Exército. “Desativamos o acampamento que funcionou como QG dos atos antidemocráticos inaceitáveis de ontem. Todas as barracas serão retiradas. A área foi retomada e não será permitida a volta de manifestantes. Todos os elementos foram encaminhados para a Polícia Federal. A lei será cumprida”, disse Capelli pelas redes sociais

Militantes bolsonaristas protestaram quando acampamentos foram desmantelados no Rio de Janeiro.
Militantes bolsonaristas protestaram quando acampamentos foram desmantelados no Rio de Janeiro. AP - Bruna Prado

A ordem para desmontar em 24 horas os acampamentos não só em Brasília, mas em todo o país, veio do ministro Alexandre de Moraes, na mesma decisão que determinou o afastamento temporário, por 90 dias, do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Armas e arquivos foram roubados

Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no Palácio do Planalto a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, e o deputado Arthur Lira (PP/AL), presidente da Câmara, para discutirem a situação do país após os ataques da véspera. Ao fim eles divulgaram uma nota conjunta em nome do Executivo, STF, Câmara e Senado Federal: "Os Poderes da República, defensores da democracia e da carta Constitucional de 1988, rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas que aconteceram na tarde de ontem em Brasília", diz o texto.

A secretaria de Comunicação da Presidência disse que além de destruírem móveis, obras de arte, computadores e televisores, os terroristas levaram armas, HDs (arquivos digitais) e documentos em impressos. "Uma parte das pessoas que estava ali sabia o que estava fazendo. Enquanto a horda destruía tudo, uma parte agia com inteligência. Levaram muito HD, levaram armas, documentos", afirmou o secretário de Comunicação Paulo Pimenta.

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