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De “Lula lá” a “Capitão do povo”, jingle político é peculiaridade de eleições brasileiras, diz jornal

Os jingles políticos, que grudam como chiclete na cabeça do eleitor, parecem ser uma peculiaridade das campanhas eleitorais no Brasil. Alguns são originais, outros menos, levando candidatos a terem problemas de direitos autorais, de acordo com o site do jornal francês Le Monde.

Venda de toalhas de candidatos também são outra peculiaridade das eleições no Brasil.
Venda de toalhas de candidatos também são outra peculiaridade das eleições no Brasil. AP - Rodrigo Abd
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“Em um país onde a política é uma arte popular” como o Brasil, “todo candidato a uma eleição tem seu jingle de campanha, uma música que deve pregar na cabeça de quem ouve e se adaptar a todas as plataformas”, diz o texto do correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Bruno Meyerfeld.

A canção "Sem medo de ser feliz", mais conhecida por seu refrão "Lula lá", é usada há 30 anos como hino de campanha do candidato do PT e já foi entoado por Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Beth Carvalho e Gal Costa.

Este ano, a música, composta por Hilton Acioli em 1989, ganhou uma versão atualizada com artistas do momento, como Pablo Vittar e Maria Rita. Entrevistado pelo jornalista, Acioli diz que não é fácil definir o estilo de sua obra, que elel considera "uma valsa misturada a ritmos nordestinos, uma mistura de Cat Stevens e Luiz Gonzaga".

Já o tema escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro não deixa dúvidas: com o  jingle sertanejo "Capitão do Povo" o candidato à reeleição se mantém, segundo o jornal, próximo a seus eleitores produtores rurais.

História do jingle político é antiga

De acordo com o sociólogo Luiz Cláudio Lourenço, citado na matéria, a história do jingle político é tão velha como a do direito ao voto. Os primeiros apareceram nos anos 1930, nas eleições da Velha República e desde então não pararam de se renovar. Le Monde lembra o "Varre, varre vassourinha", do presidente Jânio Quadros, que fazia referência a sua reputação de combater a corrupção, até o moderno "Funk do Aécio", do candidato do PSDB à presidência em 2014 Aécio Neves.

As produtoras de jingles políticos se multiplicaram no país e para conseguir a música que vai virar marca de sua campanha, os candidatos desembolsam quantias que vão de algumas dezenas a milhares de reais.

O problema, de acordo com o jornalista, é que a maioria das composições não é original, mas apenas jingles reciclados ou cópias de músicas conhecidas, o que causa sérios problemas de direitos autorais. Em fevereiro deste ano, um grupo de 350 artistas lançou um movimento denunciando o uso de suas músicas para fins políticos, entre eles Milton Nascimento e Roberto Carlos.

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