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Vantagem de Lula nas pesquisas contribui para campanha eleitoral ‘morna’

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Faltando pouco mais de um mês para as eleições gerais no Brasil, a campanha eleitoral parece não empolgar. Para cientista político, vantagem de Lula nas pesquisas e o contexto do pleito colaboram para a impressão de clima morno entre eleitores.  

As pessoas assistem ao debate dos presidenciáveis com imagem  do ex-presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, à esquerda, e do actual presidente Jair Bolsonaro durante um debate presidencial no Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 28 de Agosto de 2022.
As pessoas assistem ao debate dos presidenciáveis com imagem do ex-presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, à esquerda, e do actual presidente Jair Bolsonaro durante um debate presidencial no Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 28 de Agosto de 2022. AP - Bruna Prado
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O ex-presidente Lula mantém uma vantagem considerável, de mais de 10 pontos, sobre Jair Bolsonaro. “Isso cria uma expectativa muito mais em torno do próprio Bolsonaro, do que ele vai fazer para reverter isso”, diz o cientista político e professor da Universidade de Brasília Pablo Holmes. “Ele recuperou um pouco, mas nada que chegue perto de alterar o quadro. Isso deixa um clima de estabilidade e talvez a campanha não tenha ainda pegado”, analisa.

“Mas ainda é cedo”, lembra Holmes. Devido à nova legislação eleitoral, o tempo de campanha foi reduzido, começando em 16 de agosto, mais perto do primeiro turno da eleição. “Mas eu concordo que de fato havia uma expectativa maior por conta da chamada polarização. Também pelo fato de Bolsonaro ser uma figura polêmica e de termos um presidente e um ex-presidente concorrendo, se esperava uma eleição mais quente”, afirma.

O cientista político e professor da Universidade de Brasília Pablo Holmes, acredita que vantagem de Lula em pesquisas cria clima eleitoral estável.
O cientista político e professor da Universidade de Brasília Pablo Holmes, acredita que vantagem de Lula em pesquisas cria clima eleitoral estável. © Arquivo pessoal

Eleição normal

Holmes lembra que existem eleições normais, em que o quadro eleitoral corresponde a uma certa “tradição do comportamento eleitoral” e há eleições de “ruptura”, que são mais raras e acontecem quando existe “um realinhamento eleitoral relevante”.

“A eleição de 2018 foi uma eleição de ruptura porque foi uma eleição em que um ator novo, por circunstâncias muito específicas, mudou completamente o quadro eleitoral”, diz. “Você teve um candidato que liderava as pesquisas e foi preso, foi retirado da disputa, e outro que não era conhecido da população, não tinha participado de eleições majoritárias importantes no Brasil e que se mostrava como anti-sistema, que sofreu uma facada e disparou nas pesquisas”, analisa.

Para ele, a atual eleição pode ser caracterizada como “normal”, que acontece quando “os indicadores fundamentais da política, ou seja, aprovação do governo, números da economia, inflação, desemprego, crescimento econômico, parecem ser mais determinantes e parecem explicar bastante o comportamento eleitoral”, completa.

Rejeição 

Além disso, de acordo com ele, a campanha de Bolsonaro “entendeu que não podia radicalizar se quisesse reduzir sua rejeição”.

“Eles estão tentando manter esse clima de moderação para tentar recuperar os números do Bolsonaro. Se isso não acontecer até os últimos dias da campanha, eles podem voltar a um cenário de maior radicalização”, afirma o cientista político.

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