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Bolsonaro enfrenta dificuldades para mobilizar militância de extrema direita, diz Le Monde

O jornal Le Monde analisa o discurso de Jair Bolsonaro no evento do PL, neste domingo (27), em Brasília. O presidente de extrema direita referiu-se à eleição brasileira de outubro como "uma batalha entre o bem e o mal". Porém, na avaliação do jornal francês, apesar de o Partido Liberal ter organizado um evento visando entusiasmar a militância, a reeleição de Bolsonaro parece difícil. Em todas as pesquisas, ele figura em segundo lugar, muito atrás de Lula, assinala a reportagem.

Jair Bolsonaro no evento do PL em Brasília. 27/03/1963
Jair Bolsonaro no evento do PL em Brasília. 27/03/1963 REUTERS - STRINGER
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Com o "Movimento Filia, Brasil", Bolsonaro embarca no nono partido político de sua carreira, escreve o jornal francês. A nova legenda do presidente teve de eliminar dos cartazes as palavras "lançamento" e "pré-candidatura" para evitar problemas com a Justiça Eleitoral, já que a data oficial de início da campanha no Brasil é 16 de agosto. 

Na avaliação do Le Monde, apesar da agitação, o evento do PL não empolgou a militância. O discurso de Bolsonaro esteve centrado em seu balanço de governo e no passado militar, sem apresentar propostas para um novo mandato, estima o vespertino. Algumas frases do presidente, como a promessa de "dar a vida pelo Brasil" e as inúmeras menções à religião, com os repetidos "se Deus quiser", chamaram a atenção da reportagem.

O jornal francês destaca que Bolsonaro classificou a disputa eleitoral de outubro como "uma batalha do bem contra o mal" e afirmou que no Brasil "o inimigo não é externo, é interno", sem citar uma única vez seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Frases recicladas

"Bolsonaro reciclou argumentos e frases da eleição de 2018, repetindo que o Brasil poderia se tornar [um país como] a Venezuela ou Cuba, caso o Partido dos Trabalhadores retorne ao poder", relata o texto. A diferença é que, desta vez, essa comparação não provocou reações indignadas dos militantes presentes, como Bolsonaro conseguiu fazer quatro anos atrás.

Por mais que apoiadores tentem relançar a máquina eleitoral da extrema direita, todas as pesquisas indicam há um ano que o presidente está relegado a um segundo lugar, com 10 a 15 pontos de desvantagem em relação a Lula. 

Antes de encerrar sua análise, Le Monde reporta que na sexta-feira (25) Bolsonaro reiterou ameaças contra a organização das eleições e o sistema de voto eletrônico, que ele busca associar a fraudes, embora 82% dos brasileiros confiem no sistema eleitoral do país, segundo uma pesquisa do instituto Datafolha citada na reportagem. 

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