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Dilma

Em Portugal, Dilma defende candidatura de Lula em 2018

Os convites para assistir a conferência de Dilma Rousseff em Lisboa esgotaram-se em 20 minutos após a abertura das bilheterias do Teatro Trindade. Falando para uma plateia de simpatizantes, Dilma reivindicou uma nova constituinte antes que se faça uma necessária reforma política.

Em Lisboa, manifestantes lotam teatro para escutar Dilma Rousseff.
Em Lisboa, manifestantes lotam teatro para escutar Dilma Rousseff. Adriana Niemeyer
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De Lisboa, Adriana Niemeyer

Convidada a participar do ciclo de debates sobre “Neoliberalismo, desigualdade, democracia sob pressão”, Dilma foi recebida na porta do teatro por dezenas de manifestantes convocados pela representação do PT em Portugal e pelo Coletivo Andorinha (a Frente Democrática Brasileira em Lisboa).

Gritando “Fora Temer, Viva Dilma”, os manifestantes usavam cravos vermelhos na roupa, símbolo da liberdade em Portugal pela Revolução dos Cravos em 1974. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam ainda a volta do ex-presidente Lula como candidato à eleição presidencial de 2018.

Repúdio à reforma da previdência

Já dentro do teatro, depois de cumprimentar os organizadores da conferência, entre eles a Fundação Saramago e a Casa do Brasil em Lisboa, Dilma cumprimentou todos os brasileiros que foram às ruas, nesta quarta-feira (15), “para manifestar seu integral repúdio à reforma da previdência proposta pelo governo golpista. Essa proposta tem características extremamente perversas, exigindo 49 anos de contribuição para a aposentaria integral. É um crime contra tudo o que deveria ser uma garantia para os brasileiros. Por isso, quero me solidarizar com todos eles”, explicou aos participantes.

Explicando o impeachment

“Aqui me perguntam o que aconteceu no Brasil? Eu explico que, após as eleições para o meu segundo mandato, o início desse processo foi visível: as forças daqueles que perderam (a eleição) tentaram implementar a política do ‘quanto pior melhor’. Assim, logo depois, foi proposto o meu impeachment”, afirmou.

Segundo Dilma, a razão principal do “golpe” não foi só o fato de ela não ter obstruído as investigações da operação Lava Jato, como alguns queriam, mas também o fato de ela “cortar os tentáculos e o poder do neoliberalismo, fortalecendo a ação do Estado para mitigar a fome, a pobreza e a miséria”.

“A população ainda não percebeu a dimensão dos problemas sociais que vai ter no futuro, uma vez que não haverá um crescimento real de gastos na educação e na saúde”, alertou a ex-presidente. “Com o aumento da população, a pressão se fará sentir em breve. Este governo ainda não percebeu que está aplicando um arrocho no programa social sem respaldo político. Um governo que começa através de um golpe estará sempre pronto para um novo golpe”, afirmou.

Lula 2018

Dilma disse também que a candidatura de Lula para as eleições presidenciais pode estar ameaçada: “Ele representa o projeto contra aqueles que deram o golpe, e continua a ser a pessoa mais querida dos brasileiros. Mas temo que exista um interesse em lhe tirar o direito de se candidatar, o que poderá ser feito através de uma mudança do limite de mandatos para dois mandatos. Assim Lula não poderia se candidatar a sua terceira eleição”, explicou ao público atento.

“Precisamos, sim, de uma reforma política, porque é inadmissível ter 25 partidos numa eleição; porque para chegar ao poder devemos negociar cargos. Devemos estar atentos, porém, que essa reforma não tire os direitos da candidatura de Lula. E, como a raposa não pode tomar conta do galinheiro, é preciso que tenhamos uma constituinte para uma reforma profunda do sistema (político)”.

“O único modo de reencontrarmos (a democracia) será o momento em que tivermos um governo legítimo. Precisamos dessas eleições para a volta da paz no Brasil. Pedimos aos brasileiros de fora que nos ajudem a chamar as coisas pelo seu nome, e que estejam atentos para que o caminho seja realmente democrático”, finalizou Dilma recebendo uma chuva de cravos da plateia que gritava: “Dilma guerreira da pátria brasileira”.
 

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