OCDE diz que vai levar em conta contestação de Serra a dados sobre o Brasil
O secretário-geral da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría, disse na manhã desta quinta-feira (2) que a entidade vai incorporar os dados sobre a economia brasileira fornecidos pela delegação do país na véspera.
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O relatório elaborado pelo ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, contestou uma análise feita pela OCDE que trazia números pessimistas sobre a economia do Brasil. Na quarta-feira, a Organização divulgou um estudo em que prevê que a “profunda recessão” vai continuar no país, com redução do PIB de 4,3% em 2016 e 1,7% em 2017, em meio às grandes incertezas políticas e os desdobramentos das investigações de corrupção no país envolvendo a operação Lava-Jato.
O ministro José Serra, que está em Paris para participar da reunião anual de ministros da OCDE, contestou a avaliação no mesmo dia, entregando à entidade um documento de uma página e meia trazendo uma visão mais otimista sobre a economia brasileira. O chanceler também classificou os números de OCDE como “pura especulação”.
Tom diplomático
A contestação, pouco usual, foi recebida em tom diplomático pelo secretário-geral da entidade, Angel Gurría. “Recebemos com muito interesse os comentários do Brasil. Claro que nossos técnicos e experts vão incorporá-los em futuras avaliações”, garantiu Gurría, em entrevista à imprensa brasileira na sede da OCDE.
“O Brasil é um país que estamos sempre avaliando e o consideramos para todos os fins de estatísticas, de cifras e análises. As contribuições do Brasil são bem vindas e vamos incorporá-las”, declarou o secretário-geral da entidade que reúne, a partir de hoje, 35 países membros, após a adesão da Letônia.
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