Tocha olímpica chega ao Brasil em plena crise política

Em meio ao tsunami político que vive o país, a tocha olímpica chega nesta terça-feira (3) em Brasília, primeira etapa de um périplo de três meses, em que a chama atravessará todo o país.  

Como manda a tradição, a presidente Dilma Rousseff receberá a chama na sede da presidência. Caso Dilma seja afastada temporariamente do poder depois do voto do impeachment no Senado, esse será um dos últimos eventos oficiais da presidente, que será substituída por seu vice, Michel Temer. 

Nesse caso, as Olimpíadas acabam para a presidente, o que seria uma grande decepção pessoal, disse Dilma recentemente em entrevista à CNN, já que “não mediu esforços para a preparação dos Jogos”.

Depois de chegar a Brasília, a tocha viajará dentro do país: primeiramente a bordo de uma canoa, depois a cavalo, e até será suspensa em um helicóptero. Mais de 12 mil pessoas vão segurar a chama até sua chegada triunfal no dia 5 de agosto no estádio do Maracanã, no Rio, para a abertura dos Jogos.

Trégua olímpica

Apesar da grave crise política que atravessa o Brasil, essa situação “não afeta em nada a preparação dos Jogos”, de acordo com o ministro do Esporte, Ricardo Leyser. Segundo ele, o plano do governo de “previsão e execução” foi bastante eficaz.

As obras para as Olimpíadas estão todas praticamente acabadas, mas custaram a vida a 11 trabalhadores, como lembrou recentemente o relatório divulgado pela Superintendência Regional do Trabalho e do Emprego do Rio de Janeiro. 

O desabamento de um trecho de 50 metros da ciclovia Tim Maia, que une as praias de Leblon e São Conrado, deixando dois mortos, apenas três meses depois da inaguração, também contribuiu de maneira negativa para a imagem do país. 

Além disso, o país enfrenta a ameaça do vírus zika e o aumento de casos da gripe A, ainda que a chegada do inverno limite a expansão da epidemia.