Votação de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara segue indefinida
A autorização para abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pode ser aprovada neste domingo (17) no plenário da Câmara dos Deputados. Mas a força-tarefa que o ex-presidente Lula e o Palácio do Planalto fizeram nos últimos dias deixou a oposição preocupada. Muitos deputados mudaram de voto de última hora.
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília
A sessão começou às 14h em ponto. Houve tumulto no momento da entrada dos deputados aliados do governo e da oposição, com gritos de guerra: "democracia" pelo lado do governo e "impeachment" pelos da oposição.
A segurança chegou a ser reforçada. Policiais legislativos formaram, às pressas, uma linha de isolamento na frente do Plenário da Câmara.
Pouco antes, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse esperar que o resultado da votação saia entre 21h30 e 22h. Ele afirmou que a segunda chamada para deputados que chegarem com atraso ocorrerá ao fim da votação de cada estado e não no fim de toda a primeira chamada dos estados, como queriam os governistas. "Quem não quer votar e estar ausente, assuma sua ausência", afirmou Cunha, no início da sessão.
Neste momento, houve confusão quando o deputado Orlando Silva foi impedido de falar. Ele ficou frente a frente de Cunha e começou o bate-boca. Depois foi a vez de o deputado Paulo Teixeira subir e discutir com Cunha. Ele foi retirado por seguranças e houve confusão e empurra-empurra entre parlamentares.
Sem faixas
Em seguida, uma faixa "Fora Cunha" foi estendida atrás do presidente da Casa e ele reclamou. "Será retirada qualquer faixa no plenário", declarou Cunha.
A sessão então prosseguiu com o discurso do relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Depois, será a vez dos líderes dos partidos, que terão entre 3 e 10 minutos para falar, dependendo do tamanho da bancada.
Será concedido mais um minuto para orientação do voto. A votação vai começar por um deputado do estado do Norte, depois do Sul, e vice-versa, passando pelas demais regiões. Cada deputado tem 10 segundos para anunciar o voto no microfone.
Durante a fase de discussões, que começou na sexta-feira e foi até a madrugada deste domingo, foram ouvidos 389 discursos num total de 43 horas. Foi a sessão mais longa da história da Câmara. Se 342 deputados forem a favor do impeachment, o processo segue para o Senado. Caso contrário, é arquivado.
Manifestações
Do lado de fora do Congresso, 3 mil pessoas a favor do impeachment já estão na Esplanada dos Ministérios. Enquanto isso 6 mil pessoas contra o impeachment se concentram no ginásio Nilson Nelson e devem descer para Esplanada.
A Polícia Militar conta com um efetivo de mil pessoas. O Corpo de Bombeiros mantém na Esplanada e arredores 150 militares e 19 viaturas, podendo chegar a 1.000, caso seja necessário.
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