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Brasil continua a atrair investimentos franceses apesar da crise

A crise econômica no Brasil é destaque na edição desta sexta-feira (22) do diário Les Echos. Entre uma inflação que ultrapassa 10% e uma recessão profunda e persistente, o jornal informa que o Banco Central decidiu manter a taxa de juros no patamar de 14,25% ao ano, causando estranhamento naqueles que defendiam uma redução dos juros para estimular o investimento produtivo.

Recessão leva milhares de brasileiros ao mercado informal.
Recessão leva milhares de brasileiros ao mercado informal. Reuters
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Les Echos afirma que a política do presidente do BC, Alexandre Tombini, para combater a inflação é um fracasso. Apesar de Tombini ter se comprometido a reduzir a inflação a 4,5% em 2017, o diário econômico francês considera a tarefa quase impossível, lembrando que as tarifas públicas sofrem reajustes constantes, o preço dos combustíveis não cai, apesar do barril de petróleo estar barato, e o dólar se valoriza diariamente. Com o crescente contingente de desempregados, a recessão será longa. 

Les Echos questionou o chefe-economista do banco francês BNP Paribas em São Paulo, Marcelo Carvalho, sobre a decisão do BC. Ele respondeu que a manutenção da mesma taxa de juros só aumentou a falta de credibilidade do BC, além de deixar evidente que deve ter havido ingerência da presidente Dilma Rousseff na decisão de Tombini.

Brasil ficou barato para investidor estrangeiro

Na mesma página, o diário francês mostra que com o real depreciado, os investidores estrangeiros estão fazendo a festa com aquisições de empresas no Brasil. O empresariado brasileiro está endividado, mas, para o estrangeiro, a crise é uma excelente oportunidade de negócios.

"As multinacionais estão ávidas de testar o potencial da economia latino-americana a longo prazo", diz o texto. O Brasil, sendo a maior potência emergente da região, oferece atualmente ao investidor estrangeiro a possibilidade de adquirir empresas a um preço abordável. Quem investe no Brasil assume riscos, escreve Les Echos, mas ainda vale a pena.

O jornal destaca que em 2015, segundo dados da consultoria KPMG, o número de operações e fusões realizadas por investidores estrangeiros no Brasil ultrapassou o número de operações semelhantes envolvendo empresas locais. O investimento estrangeiro atingiu US$ 70 bilhões, ou seja, 3,8% do PIB, um valor superior ao déficit da balança de pagamentos.

Empresas francesas têm investido no Brasil com uma expectativa de lucro a longo prazo, dentro de dez ou doze anos. Os franceses estão de olho no futuro e aguardam, pacientemente, a tempestade passar.

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