Eduardo Cunha rompe com o governo em mais um episódio na crise política brasileira
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta sexta-feira (17) seu rompimento político com o governo da presidente brasileira Dilma Rousseff. A notícia pode agravar ainda mais a crise que atravessa o país e que vem sendo acompanhada com interesse pela imprensa internacional.
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Praticamente em guerra contra a presidente brasileira desde que foi eleito para dirigir a Câmara dos Deputados em fevereiro, Eduardo Cunha foi além e se colocou oficialmente do lado da oposição. “Eu, formalmente, estou rompido com o governo”, declarou.
O anúncio, que desestabiliza ainda mais a coalizão de centro-esquerda, foi feito logo após Cunha ter sido acusado de ter exigido US$ 5 milhões de suborno. O presidente da Câmara desmente a acusação e afirma que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a influência da presidência, estaria tentando incriminá-lo na Operação Lava Jato.
O rompimento de Cunha também acontece um dia após a abertura do inquérito da Procuradoria da República para investigar suposto tráfico de influência internacional de Luiz Inácio Lula da Silva. Desde que o nome do ex-presidente brasileiro foi diretamente implicado nos escândalos, o caso tem chamado cada vez mais atenção fora do Brasil. Nesta sexta-feira (17), vários jornais europeus se interessaram pelo assunto e alguns afirmam que a política do país vive nesse momento uma “espiral de queda livre”.
A polícia federal brasileira investiga crimes de formação de cartel, fraudes em licitações, corrupção, desvio de fundos públicos e lavagem de dinheiro. O processo envolve 13 senadores, 22 deputados e dois governadores de seis partidos políticos.
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