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Lula/Berlim

Operação Porto Seguro não surpreende, diz Lula em Berlim

Em visita a Berlim, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta sexta-feira pela primeira vez sobre a Operação Porto Seguro, deflagrada pela PF (Polícia Federal), no mês passado. Lula disse não ter ficado surpreso com as investigações, que descobriram um suposto esquema de trafico de influência em órgãos federais e pessoas próximas dele, como Rosemary Nóvoa Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo.

Lula durante conferência para representantes sindicais nessa sexta-feira em Berlim
Lula durante conferência para representantes sindicais nessa sexta-feira em Berlim Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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Luisa Belchior, em colaboração para a RFI de Berlim

O ex-presidente não quis falar sobre Rosemary, que segundo denúncias dizia ter relação próxima com Lula para tráfico de influência. "Não, não fiquei surpreso", disse o ex-presidente após discurso para participantes do congresso do sindicato alemão IG Metall. Lula passou a sexta-feira em Berlim em encontro com sindicalistas e membros do SPD, o partido social democrata alemão, atual oposição da chanceler alemã Angela Merkel.

Embora tenha ressaltado sua boa relação com Merkel, ele também destacou uma "gratidão pelo movimento sindical alemão, que sempre foi muito solidário com Brasil." Ele não encontrou a chanceler na visita à capital alemã. Assim como a presidente Dilma Rousseff em recente visita à Espanha, o ex-presidente atacou a política de austeridade na Europa e pediu que a Alemanha diminua a pressão fiscal sobre a Grécia e a Espanha. "A Europa ta virando uma região meio nervosa, meio apreensiva. Você não vai salvar a Espanha ou a Grécia asfixiando esses países. O que se pode fazer é exigir os mesmo compromissos fiscais a todos, mas a mais longo prazo, desde que cada ano a pessoa comprove que está cumprindo seus compromissos", discursou.

Ele voltou a defender a presença do Brasil no Conselho de Segurança, que, segundo ele, representaria toda a América Latina na ONU. Órgão que, segundo Lula, precisa ser renovado. "A mesma ONU que criou o Estado de Israel, por que não cria o Estado Palestino? É preciso renovar as ideias".O ex-presidente encerrou sua visita a Berlim com um bate-papo com Frank-Walter Steinmeier, líder da bancada do SPD no Parlamento alemão e uma das principais oposições a Angela Merkel.

Ex-presidente encontra François Hollande em Paris

A mulher do presidente, Marisa Letícia, o acompanha na viagem, mas não apareceu em nenhum dos compromissos oficiais.A visita a Berlim faz parte de uma viagem de uma semana que Lula faz pela Europa e o Qatar. No fim de semana, ele estará em Doha, onde fará palestras reservadas a empresários. Na terça-feira e na quarta-feira irá a Paris. Lá, vai falar junto com o premiê François Hollande e a presidente Dilma Roussef no seminário “Fórum pelo progresso social. O crescimento como saída para a crise”, organizado por seu próprio instituto com a Fundação Jean-Jaurès.

A última parada da viagem é Barcelona, para cerimônia de entrega de um prêmio que o governo da Catalunha concede anualmente a personalidades internacionais. Lula receberá a condecoração das mãos do presidente catalão, Artur Mas, que acaba de ser reeleito ao cargo em meio a denúncias de corrupção e as discussões sobre o separatismo da região. Mas, que defende o independentismo catalão, deve tentar cooptar Lula para que lance uma mensagem de apoio à ideia, segundo especula a mídia local.
 

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