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AF447/corpos

Pressão das famílias antecipa resgate dos corpos do voo AF447

Representantes da Justiça francesa, da polícia militar e do BEA, a agência civil francesa que investiga acidentes aéreos, deveriam se reunir nesta segunda-feira para definir se a retirada de todos os corpos e objetos das vítimas do voo AF447, que caiu no dia 31 de maio de 2009 com 228 pessoas a bordo, seria viável. Mas a pressão dos familiares e do governo brasileiro teria antecipado a decisão.

Nelson Marinho, presidente da Associação brasileira das vítimas do AF447
Nelson Marinho, presidente da Associação brasileira das vítimas do AF447 Reuters
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O sucesso da operação de resgate dos corpos de todos os passageiros do voo AF447 depende do estado dos corpos, segundo peritos do Instituto de Pesquisas Criminais francês, mas as duas operações realizadas na quinta e sexta-feira, que possibilitaram o içamento de restos mortais de duas vítimas, foram bem-sucedidas. Um dos corpos foi retirado inteiro da água, preso a um dos assentos do avião. Alguns cadáveres resistiram em boas condições devido às baixas temperaturas e a alta pressão no fundo do mar.

O resgate dos corpos deverá ser retomado no próximo dia 20 de maio, e deve durar cerca de 15 dias. A equipe a bordo do navio Ile de Sein será reforçada para auxiliar na operação. De acordo com um comunicado da polícia francesa, 12 técnicos devem embarcar no navio na próxima semana.  O Ile de Sein continua a recolher peças fundamentais para a investigação, como motores, calculadoras, e partes da asa do Airbus 330. Na sexta-feira, o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, também afirmou que os corpos das vítimas seriam retirados do oceano e identificados.

A notícia foi recebida com alívio pela Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447.  "Recebemos com grande satisfação a notícia de que os corpos e pertences serão resgatados", disse à RFI o diretor-executivo da Associação, Marteen Van Sluys. De acordo com ele, as famílias brasileiras, em sua maioria, desejam que os corpos sejam resgatados, "para as homenagens póstumas e para que muitas famílias possam obter o atestado de óbito. "Vamos agora monitorar a chegada das caixas-pretas em Caiena e depois em Paris", declarou.

O FDR (Flight Data Recorder), que registra os parâmetros do voo, foi encontrado no dia 1 de maio, e o CVR (Cockpit Voice Recorder), que registra os diálogos dos pilotos na cabine, no dia 3. As duas caixas-pretas chegam ao porto de Caiena, na Guaina Francesa, nesta terça-feira. Em seguida, serão transportadas de avião para Paris, no escritório do BEA, onde devem chegar entre quinta e sexta-feira. Ainda não se sabe se os equipamentos poderão ser analisados e as gravações estão intactas, já que foram resgatados a 3900 metros de profundidade, quase dois anos depois do acidente.
 

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