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Ucrânia: arte da guerrilha favorece a resistência frente à invasão russa

Vários governos anunciaram o envio de ajuda militar à Ucrânia - quase vinte países europeus responderam aos apelos de Kiev. Essa contribuição inclui mísseis capazes de resistir à ameaça de veículos blindados. Mas um dos principais trunfos da Ucrânia é a arte da guerrilha.

Soldados ucranianos treinam o uso do NLAW, um míssil antitanque portátil, também conhecido por seu nome sueco, Robot 57. Perto de Lviv, 28/02/22.
Soldados ucranianos treinam o uso do NLAW, um míssil antitanque portátil, também conhecido por seu nome sueco, Robot 57. Perto de Lviv, 28/02/22. AP - Pavlo Palamarchuk
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Franck Alexandre, RFI

As imagens são impactantes. Dezenas de quilômetros de colunas de veículos blindados russos seguem em direção a Kiev. Nas estradas, lado a lado, caminhões militares com suprimentos e veículos de combate de infantaria vão formando congestionamentos. Também seguem blindados pesados, os famosos T72. É o modelo de tanque mais comum no exército russo. Um veículo bastante antigo, pois data do final da Guerra Fria, mas modernizado regularmente.

Nas últimas semanas, os exércitos ocidentais forneceram à Ucrânia equipamentos modernos ​​para combater esses batalhões motorizados. Começando com o míssil portátil Javelin. Com um alcance de 1,5 km, foi testado no Iraque contra tanques T72. Os Estados Unidos e a Estônia entregaram várias centenas desses mísseis para a Ucrânia. O Reino Unido, por sua vez, entregou um grande estoque de NLAW, um míssil antitanque portátil, também conhecido sob o nome sueco de Robot 57. Apesar de seu alcance ter limite de 800m, ele é bastante adequado para áreas urbanas.

Alemanha e Holanda cederam mais de mil equipamentos antitanque Panzerfaust. A França pode entregar MMPs, mísseis de médio alcance. Eficaz até 5 km. Esse míssil tem a vantagem de ocultar sua posição de origem.

Se o domínio dos céus pertence ao exército russo, a Ucrânia é, no entanto, capaz de resistir à ameaça aérea, em particular a dos helicópteros, com o Stinger, um míssil terra-ar americano que ficou famoso durante a invasão do Afeganistão pelos soviéticos. A Alemanha e a Holanda autorizaram a entrega de 700 mísseis deste tipo. Graças a esses armamentos, o exército ucraniano, em menor número, tem a capacidade de desacelerar o rolo compressor russo.

Trunfos ucranianos

A arte da guerrilha é baseada na assimetria, a resposta do fraco ao forte. E as forças ucranianas se destacam nessa estratégia. Em mais de dez dias de guerra, do lado russo, os revezes se acumulam. A logística tenta manter o prumo. A ponta de lança da ofensiva parou ao norte de Kiev. Graças aos mísseis antiaéreos Stinger, os ucranianos derrubaram nove aeronaves russas no sábado (5), o que explica em parte a desaceleração da atividade aérea.

No solo, graças aos mísseis Javelin, eles conseguiriam destruir cerca de vinte veículos blindados todos os dias. Nesse ritmo, sem bombardeios aéreos indiscriminados nas cidades e sem o uso maciço de artilharia, o exército russo poderia ter perdido um terço das tropas em poucas semanas.

O trunfo do exército ucraniano é ter forças especiais muito experientes, formadas por soldados treinados em 2015 pelos Estados Unidos e preparados para enfrentar uma invasão russa. Os comandos ucranianos estão equipados com franco-atiradores reconhecidos. Segundo Kiev, esses atiradores teriam eliminado há poucos dias o comandante da 7ª divisão aerotransportada russa, bem como um vice-comandante do 41º exército de armas combinadas.

Comandos britânicos e canadenses também foram enviados nos últimos meses para treinar ucranianos em técnicas de sabotagem. As forças ucranianas têm um conhecimento íntimo de seu adversário, um trunfo considerável para conduzir efetivamente uma guerra.

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