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Em Havana, Lula pede que G77 não se divida e reforce suas reivindicações a países ricos

O Presidente Lula pediu neste sábado (16), durante a Cúpula do G77 + China, em Havana, em Cuba, para os países do bloco não se “dividirem” e reforçarem as suas “reivindicações” contra os países mais ricos em relação aos desafios da tecnologia digital e da transição energética.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a Cúpula do G77+China, em Havana, Cuba, em 16 de setembro de 2023.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante a Cúpula do G77+China, em Havana, Cuba, em 16 de setembro de 2023. REUTERS - ALEXANDRE MENEGHINI
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"A governança global continua assimétrica. As Nações Unidas, o sistema de Bretton Woods e a OMC estão perdendo credibilidade. Não podemos nos dividir", declarou o presidente brasileiro em discurso durante a cúpula.

“Devemos reforçar as nossas exigências à luz da quarta revolução industrial”, acrescentou o Chefe de Estado, referindo-se em particular à ascensão da tecnologia digital, da inteligência artificial e das biotecnologias.

Para Lula, a “revolução digital” e a “transição energética” são “duas grandes transformações em curso”. “Não podem ser moldadas por um punhado de economias ricas, reeditando a relação de dependência entre o centro e a periferia.”

“A emergência climática nos impõe novos imperativos, mas a transição justa traz oportunidades”, concluiu o chefe de Estado.

A cúpula do G77+China, formado por cerca de uma centena de países da Ásia, África e América Latina que representam 80% da população mundial, começou sexta-feira (15) em Havana. O Grupo, criado em 1964 por 77 países, inclui hoje 134 nações. A China participa como ator externo.

Ciência, tecnologia e inovação

Representantes de cerca de uma centena de países estão presentes em Havana para esta cimeira extraordinária cujo tema é o “papel da ciência, tecnologia e inovação” no desenvolvimento.

Cerca de trinta chefes de Estado e de governo fizeram a viagem, incluindo o presidente argentino Alberto Fernandez, o colombiano Gustavo Petro, o angolano João Lourenço, o ruandês Paul Kagame, e o emir do Qatar, o sheik Tamim bin Hamad Al Thani e o presidente palestino Mahmoud Abbas. .

O secretário da ONU, Antonio Guterres, também está presente.

Durante o discurso inaugural, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, cujo país ocupa a presidência rotativa do grupo desde janeiro, pediu uma "mudança das regras do jogo econômico internacional", segundo ele, "hostil ao progresso" dos países do sul global.

Outros temas citados nos discursos foram as desigualdades globais expostas pela pandemia da Covid-19 e a necessidade de reduzir a dívida dos países mais pobres para financiar a transição climática.  

Assembleia Geral da ONU

Na tarde de sábado, Lula cumprirá agenda de trabalho com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Esta é a primeira viagem oficial de um presidente brasileiro ao país em nove anos. A última foi em 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff esteve na capital cubana.

De Havana, o presidente seguirá para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o primeiro discurso do debate geral de chefes de Estado da 78ª Assembleia Geral da ONU, na próxima terça-feira (19).

Será a oitava vez que Lula abrirá o debate geral dos chefes de Estado. Nos oito anos em que governou o Brasil, em seus dois primeiros mandatos, ele deixou de comparecer apenas em 2010.

Também estão previstas reuniões bilaterais, multilaterais e ministeriais entre os países participantes e diversos organismos internacionais à margem da assembleia.

(Com AFP)

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