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Presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo é alvo de planos de atentados

Novas medidas de segurança foram tomadas na Guatemala para proteger o presidente eleito Bernardo Arévalo, devido à alegada existência de ataques planejados, anunciaram as autoridades na sexta-feira (25). Bernardo Arévalo, que prometeu se empenhar em uma luta incansável contra a corrupção, venceu as eleições presidenciais organizadas no domingo (20) com 58% dos votos. Ele deve tomar posse em 14 de janeiro.

O presidente eleito Bernardo Arévalo mostra o envelope com seu voto, em 20 de agosto de 2023.
O presidente eleito Bernardo Arévalo mostra o envelope com seu voto, em 20 de agosto de 2023. © JOHAN ORDONEZ / AFP
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Emmanuelle Steels, correspondente da RFI no México

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com sede em Washington, exigiu na quinta-feira (24) que a Guatemala "adotasse as medidas necessárias para proteger" Arévalo, assim como a futura vice-presidente, Karin Herrera, contra "a existência de dois ataques planejados contra eles".

“Esses supostos planos de ataques foram divulgados no dia 20 de agosto, o que permitiu tomar as medidas necessárias em coordenação com a PNC (Polícia Nacional Civil)”, afirmou o governo em comunicado.

Uma das duas conspirações arquitetadas para eliminar Arévalo foi chamada de plano Colosio, em alusão ao candidato às eleições presidenciais mexicanas assassinado há 30 anos. O segundo plano de ataque também tinha como alvo o líder esquerdista, além de sua vice-presidente eleita, Karin Herrera.

Redes criminosas de gangues

A Procuradoria-Geral especificou, por sua vez, que “obteve alerta e informação sobre redes criminosas de gangues que podem pôr em perigo a vida” do presidente eleito, o que a levou a tomar as medidas necessárias em coordenação com o PNC.

Neste contexto, Arévalo se absteve de aparecer em público e cancelou as celebrações previstas após sua vitória esmagadora no domingo passado.

Bernardo Arévalo, 64 anos, é visto com apreensão pela elite política e econômica do seu país, que o vê como um perigo para seus interesses. O Ministério Público multiplicou os procedimentos contra ele na tentativa de excluí-lo da votação.

Este sociólogo e ex-diplomata é filho do primeiro presidente democraticamente eleito da Guatemala, Juan José Arévalo (1945-1951). Ele sucederá o presidente Alejandro Giammattei, encerrando 12 anos de governo de direita.

Contestação

O partido de Sandra Torres, candidata derrotada no segundo turno das eleições presidenciais na Guatemala, denunciou na sexta-feira uma suposta fraude na votação vencida por Bernardo Arévalo e anunciou que apresentou uma denúncia.

“Há muitas inconsistências, contradições e sobretudo diferenças nos dados que mostram irregularidades que afetaram os verdadeiros resultados da votação”, declarou o partido de Torres, o Unidade Nacional da Esperança (UNE), em um comunicado de imprensa.

O advogado da UNE, Carlos Aquino, apresentou uma denúncia à Procuradoria-Geral da República contra os cinco magistrados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por “crime de descumprimento de dever” e “abuso de autoridade”.

De acordo com a denúncia, os magistrados “provocaram fraude eleitoral que alterou o verdadeiro resultado do pleito, violando assim a vontade popular expressa pelo povo por meio do voto”.

“Série de irregularidades”

Aquino alega que, devido a uma “série de irregularidades”, solicitou à Justiça a realização de uma auditoria nos sistemas informáticos do TSE da Guatemala. “Até que a verdade sobre os acontecimentos de 20 de agosto seja esclarecida, os resultados não serão aceitos”, ele afirmou.

O advogado se refere ao Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (Trep) do TSE, que insistiu em afirmar que este programa tinha apenas um “objetivo informativo” e que os dados publicados no site “não tinham qualquer efeito jurídico”.

Gerardo Guerrero, um dos advogados do partido vitorioso, o Semilla, qualificou a denúncia da UNE de “absurdo político e jurídico”, lembrando que Arévalo tem “874.189 votos de vantagem”.

(Com informações da AFP)

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