Falta de neve em janeiro intriga nova-iorquinos, acostumados com nevascas nesta época do ano
Difícil imaginar o inverno de Nova York sem as tradicionais imagens do Central Park e Times Square cobertos de neve. Mas não tem sido assim este ano, que está perto de estabelecer vários recordes de maior período sem neve na Big Apple.
Publicado em:
Apesar das fortes nevascas que atingiram o norte do estado em dezembro, a metrópole segue esperando seus primeiros flocos de neve.
Neste domingo (29), completam 50 anos desde que a cidade demorou tanto tempo para ver a primeira neve da temporada.
Em 1973, os nova-iorquinos só viram a neve em 29 de janeiro, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, na sigla em inglês).
Além disso, a cidade está perto de atingir o período mais longo de dias sem neve: o recorde atual é de 332 dias e, neste domingo, já são 326 dias sem neve. Assim, este ano pode ficar para a história como o período mais longo sem neve desde que começaram os registros em 1869.
A neve costuma cair na Big Apple em meados de dezembro. Em 2021, foi preciso esperar até o Natal. A ausência dos flocos brancos no fim de janeiro é algo pouco comum, que incomoda os moradores cuja relação de amor e ódio com a neve costuma ser bastante complicada.
"É muito triste", diz à AFP Anne Hansen, uma professora aposentada. "Normalmente, não gostamos que neve. Mas agora sentimos amargamente a sua falta."
Brincadeiras na neve
Estudantes e trabalhadores adoram os chamados "snow days", pois podem ficar em casa. As crianças saem com seus trenós e os adultos partem com seus esquis rumo ao Central Park.
"Ficamos em casa, tomando chocolate quente e o cachorro adora", conta à AFP a diretora de cinema Renata Romain.
Mas ressalva: "a neve é bonita no primeiro dia, depois fica suja, derrete e dá um pouco de nojo."
Segundo os meteorologistas, considera-se que nevou na cidade de Nova York quando cai pelo menos um quarto de centímetro no Central Park. Por isso que alguns flocos isolados não contam.
"É muito raro", confirma à AFP o meteorologista Nelson Vaz, que lembra das ondas de frio recentes. Em Buffalo, no norte do estado, caiu um metro de neve em dezembro, provocando a morte de 39 pessoas.
Mas, 600 quilômetros ao sul, na cidade de Nova York, esta tempestade histórica que congelou parte do país se refletiu em muita chuva e temperaturas anormalmente altas.
É preciso voltar até 1932 para encontrar um início de janeiro mais quente que o deste ano, segundo o site Weather.com.
(com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro