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EUA emergem lentamente da tempestade; voos continuam com cancelamentos

Os Estados Unidos emergem lentamente de uma tempestade histórica que matou pelo menos 59 pessoas, mas seu impacto continua sendo sentido em cidades como Buffalo e nos aeroportos, com milhares de voos cancelados.

Um morador limpa a neve na entrada de sua casa em Buffalo, em Elmwood Village, Nova York, na segunda-feira, 26 de dezembro de 2022.
Um morador limpa a neve na entrada de sua casa em Buffalo, em Elmwood Village, Nova York, na segunda-feira, 26 de dezembro de 2022. AP - Joseph Cooke
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Fortes nevascas, ventos gelados e quedas bruscas de temperatura. Mesmo nas regiões acostumadas a invernos rigorosos, o mau tempo causou grandes estragos, deixando isoladas até mesmo equipes de resgate.

Ao menos 59 mortes relacionadas à tempestade foram notificadas em todo o país. Somente no condado de Erie, em Nova York, que abriga a cidade de Buffalo, perto da fronteira com o Canadá, 37 pessoas morreram, de acordo com o mais recente relatório, divulgado na quarta-feira (28).

Muitas das vítimas morreram por não terem aquecimento em casa quando o frio se tornou congelante, acreditam as autoridades. Outros são encontrados sem vida em seus carros ou na rua.

No Natal, o frio intenso pode ser sentido em grande parte do país, até mesmo no Texas e na Flórida, locais nem um pouco habituados a tais condições climáticas. A situação começou a melhorar desde esta quarta-feira com o aumento das temperaturas.

Risco de inundações

Mas, "com o aumento das temperaturas, esperamos o derretimento da neve e possíveis inundações devido ao rápido degelo", alertou Mark Poloncarz, funcionário do condado de Erie.

A governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, declarou às agências locais que a população deveria se preparar para "inundações potencialmente perigosas". Bombas de água, geradores e sacos de areia estavam prontos para distribuição, inclusive para o condado de Erie, de acordo com um comunicado.

Na quarta-feira, funcionários da empresa de energia National Grid iam de porta em porta em áreas onde o fornecimento de eletricidade ainda não havia sido restaurado, para garantir a segurança dos moradores, tuitou o democrata Mark Poloncarz.

A expectativa é que a proibição de dirigir, que permanece em vigor em Buffalo, seja suspensa na manhã desta quinta-feira (29), com a maioria das estradas liberadas, declarou o prefeito da cidade, Byron Brown, à CNN na quarta-feira.

Nos últimos dias, muitos criticaram a resposta do condado à tempestade anunciada, argumentando que essa proibição deveria ter sido decretada antes. "Não sei se teria mudado alguma coisa, mas foi uma decisão minha e assumo toda a responsabilidade", reagiu Mark Poloncarz.

Caos nos aeroportos continua

Nos aeroportos, incluindo em Denver, Chicago e Baltimore, as interrupções de serviços continuaram, causando cancelamentos de voos em série desde o fim de semana de Natal. Mas enquanto o ritmo da maioria das companhias aéreas voltava ao normal, uma delas, a Southwest Airlines, continuou a lidar com um desastre de serviço. Dos aproximadamente 2,8 mil voos cancelados na quarta-feira, mais de 2,5 mil eram operados pela Southwest, de acordo com a FlightAware.

Na noite de terça-feira (27), seu CEO, Bob Jordan, se desculpou em uma mensagem de vídeo. "Estamos fazendo tudo o que podemos para voltar ao normal. Sinto muito", declarou.

Na CNN, o vice-presidente da Southwest Pilots Association, Mike Santoro, expressou sua frustração, explicando que a empresa há muito sofria com um sistema de computador "bastante desatualizado", dificultando a organização de voos. "Estamos cansados ​​de pedir desculpas em nome da Southwest", disse ele, pedindo à empresa que invista na atualização de seu sistema. "Esta é a maior ruptura que já vi em meus 16 anos com a empresa (...). É embaraçoso", acrescentou.

O ministro dos Transportes, Pete Buttigieg, informou que examinaria de perto "o que aconteceu com o sistema deles". “Embora entendamos que é impossível controlar o clima, aqui foi claramente ultrapassada a linha entre uma situação incontrolável em termos de clima e algo que é de responsabilidade direta da empresa”, afirmou ele à NBC.

Na quarta-feira, centenas de malas ainda estavam empilhadas no aeroporto BWI em Baltimore, Maryland, de acordo com um jornalista da AFP. Mary, uma cliente da Southwest de Orlando, reclamou que o assento de segurança de seu bebê de dois meses não podia ser localizado. Ela estava na fila com cerca de 50 outras pessoas tentando localizar suas bagagens perdidas nos últimos dias. "Ainda temos que dirigir três horas para chegar em casa, não podemos fazer isso sem a cadeirinha", lamentou.

(Com informações da AFP)

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